Josef Vissarionovitch Stalin nasceu em Gori, (18 de dezembro de 1879 — Moscou, 5 de março de 1953), foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comitê Central a partir de 1922 até a sua morte em 1953, sendo assim o líder da União
Soviética.
Sob a
liderança de Stalin, a União Soviética desempenhou um papel decisivo na derrota
da Alemanha nazista na Segunda Guerra
Mundial (1939 - 1945)
e passou a atingir o estatuto de superpotência, após rápida industrialização e
melhoras nas condições sociais do povo soviético, durante esse período, o país
também expandiu seu território para um tamanho semelhante ao do antigo Império Russo.
Durante
o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética,
em 1956,
o sucessor de Stalin, Nikita Khrushchov, apresentou seu Discurso secreto oficialmente chamado "Do culto
à personalidade e suas consequências", a partir do qual iniciou-se um
processo de "desestalinização"
da União Soviética. Ainda hoje existem diversas perspectivas ao redor de Stalin
e seu governo, alguns o vendo como ditador tirano e
outros como líder habilidoso.
MORTE
Na manhã de 1 de março de 1953, depois de um jantar que durou a noite
toda e ter visto um filme, Stalin chegou à sua casa em Kuntsevo, a 15 km a
oeste do centro de Moscovo com o Ministro do Interior, Lavrentiy Beria, e os
futuros ministros Georgy Malenkov, Nikolai Bulganin e Nikita Khrushchev,
retirando-se para o quarto para dormir. À tarde, Stalin não saiu do quarto.
Embora os seus guardas estranhassem que ele não se levantasse à hora
usual, tinham ordens estritas para não o perturbar e deixaram-no sozinho o dia
inteiro. À cerca das 22 horas Peter Lozgachev, o Commandante de Kuntsevo,
entrou no quarto e viu Stalin caído de costas no chão perto da cama, com o
pijama e ensopado em urina. Assustado, Lozgachev perguntou a Stalin o que
aconteceu, mas só obteve respostas ininteligíveis. Lozgachev usou o telefone do
quarto para chamar oficiais, dizendo-lhes que Stalin tinha tido um ataque e
pedia que mandassem doutores para a residência de Kuntsevo immediatamente.
Lavrentiy Beria foi informado e chegou algumas horas depois, mas os doutores só
chegaram no início da manhã de 2 de março, mudando as roupas da cama e
deitando-o. O acamado líder morreu quatro dias depois, em 5 de março de 1953, Stalin morreu de hemorragia cerebral (derrame), em
circunstâncias ainda hoje pouco esclarecidas, com 74 anos de idade, sendo
embalsamado a 9 de março. Avtorkhanovdesenvolveu uma detalhada
teoria, publicada inicialmente em 1976, apontando Beria como
o principal suspeito de tê-lo envenenado. Todavia, outros historiadores ainda
consideram que Stalin morreu de causas naturais.
Nikita Khrushchov escreveu em suas
memórias que, imediatamente após a morte de Stalin, Lavrenty Beria teria
começado a "vomitar seu ódio (contra Stalin) e a zombá-lo", e que
quando Stalin demonstrou sinais de consciência, Beria teria se colocado de
joelhos e beijado as mãos de Stalin. No entanto, assim que Stalin ficou
novamente inconsciente, Beria imediatamente teria se levantado e cuspido com
nojo.
Em 2003, um grupo de historiadores russos e americanos anunciaram sua
conclusão de que Stalin ingeriu varfarina,
um poderoso veneno de rato que inibe a coagulação sanguínea e predispõe a
vítima à hemorragia cerebral (derrame). Como a
varfarina é insípida ela provavelmente teria sido o veneno utilizado. No
entanto, os fatos exatos envolvendo a morte de Stalin provavelmente nunca serão
conhecidos.
O período imediatamente anterior ao seu falecimento, nos meses de
fevereiro-março de 1953,
foi marcado por uma atividade febril de Stalin nos preparativos de uma nova
onda de perseguições e campanhas repressivas, exceção até para os padrões da
era stalinista. Tratava-se do conhecido complô dos médicos: em 3 de janeiro de 1953,
foi anunciado que nove catedráticos de medicina,
quase todos judeus e
que tratavam dos membros da liderança soviética, tinham sido
"desmascarados" como agentes da espionagem americana e britânica,
membros de uma organização judaica internacional, e assassinos de importantes
líderes soviéticos.
Tratava-se da preparação de um novo julgamento-espetáculo, desta vez com
claros traços de anti-semitismo, que certamente levaria a um pogrom nacional,
e que implicaria, segundo Isaac Deutscher,
na auto-destruição das próprias raízes ideológicas do regime, razão pela qual a
morte de Stalin pareceu a muitos ter sido provocada pelos seus seguidores
imediatos, claramente alarmados diante da iminente fascistização promovida
por Stalin. O fato de que Beria estivesse alheio à preparação deste novo
expurgo fêz com que ele fosse apresentado como possível autor intelectual do
suposto assassinato de Stalin; o fato é, no entanto, que Stalin era idoso e que
sua saúde, desde o final da Segunda Guerra Mundial, era precária; aqueles
que tiveram contato pessoal com ele nos seus últimos anos lembram-se do
contraste entre sua imagem pública de ente semi-divino e sua aparência real,
devastada pela idade. Simon Sebag Montefiore considera que, apesar
de Stalin haver recebido assistência atrasada para o derrame que
o vitimaria, a tecnologia médica da época nada poderia fazer por ele em termos
terapêuticos.
Seu corpo ficaria exposto no mesmo salão que Lenin até
o XX Congresso do
Partido Comunista da União Soviética (PCUS), realizado as portas
fechadas em fevereiro de 1956,
no qual Nikita Khrushchov, seu sucessor, denunciou no
chamado "relatório secreto" as práticas stalinistas,
particularmente o chamado "culto à personalidade".
Malenkov assume
o governo após a morte de Stalin mas, devido às posições que defendia, foi
forçado a renunciar à liderança do Partido em 13 de março,
sendo sucedido por Nikita Khruschev em setembro.
Após o XX Congresso do PCUS o corpo de Stalin foi enterrado próximo aos
muros do Kremlin,104 sendo
o túmulo mais visitado ali. Seu epíteto era "O Pai dos Povos".
Uma década após a morte de Stalin, sua política seria defendida e até
seguida em parte por parte do novo secretário-geral, Leonid Brejnev,
que após a saída de Khrushchov, tentaria "reabilitar" o nome de Stalin.
Não devemos encobrir os erros, mas também não devemos encobrir os méritos, portanto, respeitemos Stálin. |
|
Em 1965,
em uma comemoração dos vinte anos da Grande Guerra Patriótica, sob aplausos,
citou pela primeira vez positivamente o nome de Stálin após sua morte, e disse
que iria usar o mesmo título que usava o antigo líder, Secretário-Geral, o que na época era algo
intolerável; realmente, Brejnev fora impedido por forças maiores de realizar a
reabilitação de Stálin, mas seguiu uma política que se estruturava bastante nas
raízes do Stalinismo, chamada Brejnevismo,
que defendia a burocracia no estado, o culto da personalidade, a hegemonia soviética
e o expansionismo do país, uma das poucas diferenças, era a
invocação da paz pela parte desta doutrina; ficaria conhecida como "neostalinismo"
e "doutrina Brejnev".
Em 1979,
centenário de seu nascimento, a mando de Leonid Brejnev,
seu túmulo foi
reformado e um busto do
antigo líder erguido sobre ele, tornando-se um túmulo de herói nacional.