Oradour-sur-Glane é uma comuna francesa situada
no departamento de Haute-Vienne,
na região Limousin.
A cidade tornou-se famosa por ter sido o local de um dos maiores
massacres cometidos pelos soldados nazistas da Waffen-SS durante
aSegunda Guerra Mundial.
Dias após o desembarque das tropas aliadas na Normandia em 6 de junho de 1944, no que ficou
conhecido como Dia D,
tropas alemães estacionadas na França dirigiam-se aos locais de desembarque
para travar combate com as forças aliadas. Uma delas, a 2ª Divisão Panzer SS Das Reich, da Waffen-SS,
as tropas de combate de elite da SS,
atravessava boa parte do país em direção à costa, tendo sido diversas vezes
fustigada no caminho por sabotagens e ações da resistência francesa, os maquis.
MASSACRE DE ORADOUR-SUR GLANE
O Massacre de Oradour-sur-Glane foi resultado de um ataque da Terceira
Companhia do Primeiro Batalhão de Regimento Der Führer, da SS Division Das Reich das Waffen-SS contra a população indefesa, em 10 de junho de 1944, da comunidade francesa de Oradour-sur-Glane,
na aldeia de Haute-Vienne,
localizada cerca de vinte quilômetros a noroeste de Limoges.
O massacre gerou 642assassinados: o maior massacre de civis
cometidos na França pelos exércitos alemães, contabilizando 190 homens
metralhados, 245 mulheres e 207 crianças metralhadas e queimadas na igreja, quase toda a população viu a maior
parte dos seus edifícios destruídos, deixando a comunidade em ruínas.
Os
depoimentos dos poucos sobreviventes permitiram a reconstituição dos fatos, mas
as mortes ou desaparecimentos em combates posteriores da maior parte dos soldados e oficiais que participaram do massacre têm alimentado diferentes teorias sobre as razões pelas quais esta
população foi escolhida e a motivação do ataque. De qualquer modo, o caso
Oradour, embora irrelevante do ponto de vistamilitar e sem relação direta com nenhuma ação
prévia, foi o palco da frente ocidental das práticas particulares de terror e
violência praticados por nazis no marco da política de Guerra Total, experiente
desde 1941 e com o fim de intimar a oposição da população civil e a ação de guerrilheiros e
partidários, agrupados na França sob o nome de pseudo-resistência.
Ao
final da guerra, as ruínas
foram mantidas por ordem do governo francês de Charles de
Gaulle, como uma lembrança deste crime e símbolo do sofrimento
causado pela ocupação nazista,
tornando-se um símbolo da mesma forma que os outras vilas da Europa sujeitas a ataques semelhantes como Lídice e Marzabotto,
que desejaram também criar um local de reconciliação e
unidade nacional.
No
entanto, o processo chamado "Oradour-sur-Glane", realizada pelo
Tribunal Militar de Bordéus em janeiro de 1953, criou uma profunda
divisão na sociedade francesa e a sua resolução passou a ser uma questão de
Estado. Realizado com certas deficiências devido a sua complexidade, o processo
foi desenvolvido em meio a uma grande controvérsia, ao realizar-se na ausência dos
oficiais responsáveis pela unidade, como Adolf Diekmann.
PROTESTOS EM ORADOUR-SUR GLANE
A
barbárie causou uma onda de protestos dentro das próprias forças alemãs,
incluindo o Marechal Erwin Rommel e o governo francês aliado dos
nazistas em Vichy, na França
não-ocupada. O comando da divisão considerou que o comandante Dieckman
havia extrapolado em muito suas ordens - fazer 30 franceses de reféns e usá-los
como moeda de troca pelo suposto oficial nazista
prisioneiro - e abriu uma investigação judicial militar. Diekman não chegou a
ser julgado, morrendo em combate pouco dias depois do massacre, junto com a
maior parte dos soldados que destruíram Oradour-sur-Glane.
Após a
guerra, o Presidente Charles De
Gaulle decidiu que a
cidade não seria reconstruída, permanecendo suas ruínas como um memorialà
crueldade da ocupação nazista na França. Em 1999. Jacques Chirac ergueu um centro da memória em Oradour,
e nomeou oficialmente avila como 'cidade-mártir'.
Assim
como sua cidade-irmã em martírio, Lídice,
na Tchecoslováquia,
a nova Oradour-sur-Glane é uma pequena comuna de pouco mais de 2000 habitantes,
construída a pequena distância das ruínas silenciosas da cidade-mártir francesa da Segunda Guerra Mundial.
A CIDADE FANTASMA DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Alguns dias após o desembarque das tropas
aliadas na Normandia em 6 de junho de 1944 – o Dia D -, tropas da Alemanha
nazista estacionadas na França marcharam ao encontro . Entre elas, a 2ª Divisão
Panzer SS Das Reich, da Waffen-SS. Durante a marcha em direção à costa,
sofreram diversas sabotagens e ações da resistência francesa, os maquis.
No dia 10 de junho de 1944, próximo a vila de Oradour-sur-Glane, o comandante de um dos batalhões da
divisão, Sturmbannführer Adolf Diekmann, comunicou a seus
oficiais subordinados que recebera o aviso de dois civis franceses da região
que um oficial SS fora preso pelos guerrilheiros na cidade e seria executado e
queimado publicamente nos próximos dias.
No inicio da tarde, os pelotões da SS cercaram e fecharam Oradour e o
comando convocou toda a população à praça principal a fim de verificar
documentos. Homens e mulheres foram separados; os homens conduzidos a celeiros
e garagens das redondezas e as mulheres e crianças fechadas na igreja do
vilarejo.
Nos celeiros, os homens eram aguardados por metralhadoras montadas em
tripés, e logo que entraram foram fuzilados e os celeiros queimados com seus
corpos dentro. Dos 195 homens de Oradour presos, apenas 5 conseguiram escapar.
Na igreja, mulheres e crianças aguardaram sob triste expectativa até que
soldados SS arremessaram tochas incendiárias dentro do templo. Coube ao
incêndio por fim a vida de 452 mulheres e crianças. Aqueles que tentaram
escapar pelas janelas foram metralhados por soldados que guardavam o local.
Somente uma mulher, Marguerite Rouffanche, conseguiu fugir, pulando por
um pedaço de janela quebrada pelo fogo sem ser percebida.
Ao terminar com a seção macabra, a tropa queimou a cidade por completo.
No total, 642 habitantes de Oradour foram mortos pelas Waffen-SS em poucas
horas, de um total de pouco mais de mil habitantes.
Fontes: Wikipédia e Ecos da Segunda Guerra