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O Maníaco da Marreta

Em dezembro passado, duas jovens, de 23 e 15 anos, foram atacadas por um homem a marretadas em Rio Preto. A polícia não tem pista do agressor. Os crimes ocorreram no bairro Nova Esperança, zona norte de Rio Preto, numa manhã de domingo. A auxiliar de serviços gerais Greice Pereira de Brito e a adolescente E.A.R.S. tiveram traumatismo craniano e foram submetidas a cirurgias para reconstrução do crânio. 

Grece, 23, uma das vítimas

A polícia procura pelo criminoso, que teria cometido os ataques em um carro escuro. Nos dois casos, ele parou o veículo próximo à vítima, desceu e, sem dizer nada, começou a desferir os golpes. A menor foi agredida na Avenida dos Metalúrgicos. No momento em que a Polícia Militar atendia a ocorrência, os policiais foram avisados por uma pessoa que a cinco quarteirões dali, na rua Vanderlei Garcia Giraldi, outra mulher - Greice - havia sido ferida e estava caída na calçada. 

A irmã de Greice acredita que a agressão tenha sido intencional, mas descarta a possibilidade de vingança. "Ele bateu nela para matar, mas minha irmã não tem inimigos. O que nos deixa ainda com mais medo é não sabermos quem é esse monstro, se ele ficou vendo a rotina dela para atacá-la ou se pegou ela do nada, porque a encontrou na calçada. Temos medo de que ele volte", disse G.P.A., 24 anos. 


Caída, cheia de sangue 

Enquanto aguardava por socorro, Greice conseguiu dizer aos familiares que não conhecia o agressor. "Encontramos minha irmã caída no chão e cheia de sangue. Conseguimos mantê-la acordada. Ela dizia: 'Mãe, me ajuda. Mãe, me ajuda'. Foi perdendo as forças para falar, mas conseguiu fazer sinal com a mão que não conhecia ele. Quando ouvimos os gritos de socorro até pensamos que era molecada na rua, só saímos para fora porque os cachorros começaram a latir no portão", disse a irmã da jovem. 

Dez marretadas 

G.P.B, 19 anos, outro irmão de Greice, afirmou que é rotina da família sentar na calçada para usar o telefone celular. "É o único lugar que pega o sinal. Ela tomou café da manhã e saiu. Em poucos minutos, ela estava gritando. Minha irmã levou dez marretadas e o médico disse que quatro foram exatamente no mesmo lugar". Greice tem dois filhos, de 5 e 8 anos, e planeja se casar com o namorado. 

A avó da garota de 15 anos conta que ela havia saído para passear com o cachorro e só soube do crime quando amigos dela foram comunicar a família. "A gente vê a violência com os outros e não imagina que vá acontecer com a gente. Foi pura maldade com uma menina boa, que trabalha, estuda e não faz mal para ninguém. Estamos aqui nas mãos de Deus só, não tem segurança nenhuma. Como podem ter feito isso com inocentes? Agora a gente só pode rezar para que ela fique bem", afirmou J.S.S, 67 anos. 



Um bairro com medo 

Com medo, moradores do Nova Esperança relataram à Polícia Militar que o homem que agrediu Greice, é branco, usava calça jeans e camiseta. Uma placa de veículo foi anotada, mas após pesquisa foi verificado que não se trata de um Astral, de cor azul, como uma testemunha indicou que seria o veículo usado pelo agressor. Os moradores estão amedrontados com os ataques. Familiares e vizinhos das vítimas estão com medo de sair de casa. 

Enquanto o agressor estiver solto, os moradores e profissionais que trabalham na região ficam inseguros. Professora na escola Daisy Rollemberg, no Parque da Cidadania, C.N., 33 anos, disse que o clima na unidade foi de pânico. "A aflição das crianças era muito grande, principalmente as meninas. Algumas choraram na hora de ir embora, poque vão para casa sozinhas e muitas conhecem as vítimas, moram perto delas." 

Vectra ou Astra, preto ou azul 

A Polícia Civil acredita que pode ter sido a mesma pessoa a agredir as duas vítimas. "As descrições do carro são vagas. Sabemos apenas que era um veículo de cor escura, preto ou azul, e que seria um Vectra ou um Astra", afirmou o delegado Alceu Lima de Oliveira Junior, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), responsável pelo caso. 

O delegado trabalha com a hipótese de que apenas uma das jovens seria alvo inicial do agressor. "A outra vítima teria testemunhado a primeira agressão e, por isso, também teria sido ferida." Só neste ano, 1.147 inquéritos foram instaurados para investigar agressões e abuso contra as mulheres, em Rio Preto. No ano passado, foram 1451 inquéritos. "Não temos estatísticas especificas em relação a agressões, mas pelo nosso trabalho é possível constatar que de todos os casos, 80% são de violência doméstica", disse a delegada Dálice Aparecida Ceron, titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). 

A Polícia Civil considerou que outras ações do criminoso, espalhadas em mensagens nas redes sociais, são só boatos. Segundo essas mensagens, além das duas vítimas no Nova Esperança, o maníaco teria atacado uma pessoa no Jardim das Oliveiras e outras duas na Cecap. Boatos também têm sido espalhados pelas redes sociais de que um suspeito foi esfaqueado. Foi publicada até uma foto com o rosto do agressor. Não há nenhum suspeito baleado, nem esfaqueado. Não há registro de outras agressões, nem mortes. Quem tiver qualquer tipo de informação sobre o suspeito deve entrar em contato pelo telefone 197. As denúncias podem ser feitas de forma anônima.

Fonte: Diário Web