Quando eu era criança, eu ficava horrorizada com o coelhinho da Páscoa, e se eu visse um no super mercado tirando fotos com outras crianças, gritava até minha mãe me acalmar. Mas uma vez por volta dos nove anos de idade, meu medo se transformou em ódio.
Então em um dia quando os meus pais e eu estávamos na padaria para comprar mantimentos, o coelhinho da Páscoa estava lá tirando fotos. Eu vi isso como uma oportunidade perfeita para mostrar a ele o quanto eu o odiava. Então eu perguntei a minha mãe se eu poderia tirar uma foto com ele, mas ela disse que não. Então eu comecei a implorar até que ela disse que sim. Perfeito, pensei, agora finalmente posso mostrar-lhe como ele realmente é inútil.
Esperando na fila, comecei a pensar sobre o que eu diria para ele. Chegou a minha vez e eu ainda não sabia o que dizer, então eu disse a mim mesmo para falar o que me viesse à mente. Quando eu me sentei no colo dele, eu sussurrei em seu ouvido: "Eu espero que você morra horrível e dolorosamente. Eu espero que você leve um tiro duas vezes com uma espingarda e seja atropelado por um caminhão." Então eu me virei para a câmera, sorri e pulei para baixo, para que a próxima criança pudesse tirar sua foto.
Quando eu fui para a cama naquela noite, eu não podia evitar, mas sentia como se alguém, ou algo, estivesse me olhando através da janela do meu quarto. Mas isso era um absurdo já que eu morava no terceiro andar de um prédio de apartamentos que possuía alta segurança nas entradas dianteiras e traseiras. Mas eu ainda não conseguia me livrar desse sentimento. Deitada ali, fechei os olhos pois eu estava apavorada demais para abri-los.
Meus sonhos naquela noite foram horríveis. Quando começou eu estava em um universo vazio. Não havia nada, apenas alvura e eu, e mais alguma coisa à distância. Estava longe demais para dizer o que era. Dessa forma, eu comecei a andar em direção àquilo, então eu percebi que ele estava correndo em minha direção. Em seguida, quando ele estava dentro de minha visão, eu poderia dizer o que era, um coelho de grandes dimensões, o coelhinho da Páscoa, talvez? Não. Essa coisa parecia muito mais sinistra e horripilante do que ele.
Eu estava com medo e não sabia o que fazer, então eu me virei e corri. Mas foi inútil, ele era rápido demais para eu escapar. Ele logo me alcançou. Ele agarrou meu ombro e me parou no caminho. Eu caí no chão. Eu tentei pensar em uma maneira de escapar, mas não podia, a única coisa que minha mente dizia era "Eu vou morrer, eu vou morrer." E quando eu os abri, ele estava lá.
Ele parecia aterrorizante. Ele era um coelho da páscoa, exceto por ser mais demoníaco, raivoso ou algo assim. Sua boca estava aberta e ele estava babando em cima de mim. Seus dentes eram horríveis, eles eram ou super afiados, lascados por fora (provavelmente de comer os ossos de crianças pequenas), ou completamente ausentes. Seus olhos eram negros, como se tivesse acabado de sair de uma luta, e havia dois buracos em sua testa.
Tentei me levantar, mas não consegui, já que um de seus pés estava no meu peito, o que eu não tinha notado até aquele momento. Seus pés cheiravam como uma caçamba de lixo. Ele tinha unhas extremamente afiadas, e alguns de seus dedos foram rudemente cortados.
Meu coração estava batendo tão forte que eu pensei que iria estourar. Então, tudo ficou vermelho quando ele se abaixou e me agarrou pelo colarinho da camisa e me puxou para mais perto de sua cara feia, tão perto que eu podia sentir seu hálito, que cheirava como se alguém tivesse colocado merda em sua boca.
"Você se atreveu a me ameaçar e agora é assim que você vai pagar." Ele então pegou três dos seus dedos e passou-os para baixo do meu peito. "Que isso sirva de aviso para todos que eu vou matar e que desejaram minha morte."
Eu estava desesperada para fugir, então eu chutei tão forte quanto eu podia, que é também quando eu soube o sexo da fera. Ele me nocauteou com uma pedra. Eu caí no chão e fiquei ali, eu não podia me mover.
Quando a coisa olhou para cima, seus olhos vermelhos pulsaram e sangue escorreu de sua boca. Ele me cortou no estômago.
Eu gritei, então acordei no hospital, quase morto. Eu ainda tinha as cicatrizes. Descobriu-se que eu caí de cima da minha cama e quebrei a minha mesa de cabeceira de vidro e pedaços dele cortaram meu peito e o estômago, e alguns até mesmo entraram em meu corpo.
Fiquei em coma por duas semanas. Foi assim que minha mente me julgou, me machucando por causa dos meus antigos e atuais sentimentos pelo coelhinho da páscoa, ou será que o coelhinho da Páscoa realmente fez isso? Até hoje, eu acho que foi um ser sobrenatural que me empurrou para fora da minha cama e tentou me matar.
Fonte: Predomínio do Terror
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