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Ceifeiros da Morte [Parte 01]

O conceito de morte como uma entidade tem existido em muitas sociedades, desde o início da história. A partir do século XV, com o reavivamento da cultura greco-romana como fonte de inspiração artística; veio a ser mostrada como uma figura esquelética carregando uma gadanha e vestida com um manto preto com capuz; sendo inspirada em Hades, o deus grego domundo inferior (Plutão para os romanos). Na cultura ocidental, a Morte é frequentemente associada à figura do "Ceifador Sinistro" (em inglês, Grim Reaper), no oriente é chamada de Shinigami, também é conhecida como Anjo da Morte, Diabo da Morte ou anjo da escuridão e da luz (Malach HaMavet), nomes resultantes da Bíblia. A própria Bíblia não se refere ao Anjo da Morte, porém, existe uma referência a Abaddon (também chamado de Apollyon), um anjo cuja verdadeira identidade é um mistério e que aparece no livro de Jó (capítulo 26, versículo 6) e no livro do Apocalipse (capítulo 9, versículo 11), onde é chamado de Anjo do Abismo. Nas tradições judaicas antigas de onde a Bíblia surgiu, o anjo da morte era chamado pelo nome de Samael, anjo esse que para os estudiosos bíblicos, principalmente a partir do Novo testamento é identificado como Satanás"o que tinha o império da morte" (Hebreus, 2:14).






Em alguns casos, a Morte é capaz de realmente matar a vítima, levando a contos em que ela pode ser subornada, enganada ou aprisionada, a fim de manter a vida, como no caso de Sísifo. Outras crenças sustentam que a Morte é um psicopompo, servindo apenas para cortar os últimos laços entre a alma e o corpo e para guiar os mortos para o outro mundo sem ter qualquer controle sobre o fato da morte da vítima. Em várias línguas (inclusive em Inglês), a Morte é personificada na forma masculina, enquanto em outras, ela é apresentada como uma personagem feminina (por exemplo, em línguas eslavas e românicas).

Mitologia Indo Européia

Helênica - Na antiga Grécia acreditava-se que a morte era inevitável, e, portanto, ela não é representada como puramente má. Ela é frequentemente retratada como um homem barbado e alado, mas também tem sido retratada como um jovem rapaz. Morte, ou Tânato, é a contrapartida da vida, a morte sendo representada como masculina, e a vida como feminina. Tânato é o irmão gêmeo de Hipnos, o deus do sono. Ele normalmente é mostrado com seu irmão e é representado como sendo justo e gentil. Seu trabalho é acompanhar os falecidos para osubmundo, governado por Hades. Ele, então, entrega os recém-mortos nas mãos de Caronte, o barqueiro que leva as almas ao longo do rioAqueronte, que separa a terra dos viventes da terra dos mortos. Acreditava-se que se o barqueiro não recebesse algum tipo de pagamento, a alma não seria entregue ao submundo e seria deixada na beira do rio por cem anos. As irmãs de Tânato, as Queres, são os espíritos de morte violenta. Elas estão associadas a mortes de batalhas, doenças, acidentes e homicídios. As irmãs são retratadas como más, muitas vezes se alimentando do sangue do corpo após a alma ser levada para o submundo. Tinham presas, garras e se vestiam com roupas ensanguentadas.

Celta - O folclore Bretão nos mostra uma figura espectral que é presságio de morte, o Ankou. O Ankou não é a própria morte, mas seu servidor. Normalmente, o Ankou é o espírito da última pessoa que morreu dentro da comunidade, aparecendo como uma figura alta e abatida com um chapéu largo e longos cabelos brancos ou como um esqueleto com uma cabeça giratória que vê a todos em todo lugar. O Ankou dirige um velho vagão ou uma carroça, empilhada de cadáveres. Dizem que quando um vivo escuta o som do veículo rangendo não tardará a morrer. Também dizem que aquele que vê o Ankou morrerá dentro de um ano.

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Polaca - Na Polónia, a Morte (ou Śmierć) é retratada com uma aparência similar ao Grim Reaper tradicional, mas ao invés de um manto preto usa um manto branco. Além disso, devido à gramática, a Morte é uma mulher (a palavra śmierć é de gênero feminino), principalmente vista como uma velha esquelética, como descrito no diálogo do século XV "Rozmowa Mistrza Polikarpa ze Śmiercią" (em latim: "Dialogus inter Mortem et Magistrum Polikarpum").

Nórdica - Na Noruega, a Morte é retratada como uma mulher idosa que usa um capuz preto, conhecida pelo nome de Pesta (que significa bruxa, praga). Ela vai para as cidades carregando um ancinho ou uma vassoura. Se ela levar o ancinho, algumas pessoas poderiam sobreviver a praga, caso ela leve a vassoura, todos morreriam.

Báltica - Os lituanos chamam a Morte de Giltinė, derivando da palavra gelti (que significa picar). Giltinė era visto como uma mulher velha e feia, com nariz comprido e azul e com uma língua venenosa mortal. A lenda diz que Giltinė era jovem, bonita e comunicativa, antes de ser presa em um caixão durante sete anos. A deusa da morte foi uma irmã da deusa da vida e do destino, Laima, simbolizando a relação entre o início e o fim. Mais tarde, os lituanos adotaram o clássico Grim Reaper com um manto negro e a gadanha.

Escrituras Hindus - Em escrituras hindus, o senhor da morte é Yama, ou Yamaraj (literalmente "o senhor da morte"). Yamaraj monta um búfalo negro e traz um laço de corda para levar a alma de volta para sua residência, chamada de "Yamalok" (o mundo de Yama, ou o submundo dos mortos). Existem muitas formas de ceifeiros, embora alguns dizem que há apenas um que se disfarça como uma pequena criança. Seus agentes, os Yamaduts, carregam as almas de volta para Yamalok. Lá, todas as contas de ações boas e ruins de uma pessoa são armazenadas e mantidas pelo Chitragupta. O saldo dessas ações permite Yamaraj decidir onde a alma irá residir em sua próxima vida, segundo a teoria da reencarnação. Yama é também mencionado no Mahabharata como um grande filósofo e devoto do supremo Brahman. Yama é também conhecido como Dharmaraj, ou rei do Dharma. Uma interpretação é que a justiça é servida igualmente para todos, vivos ou mortos, com base em seu karma ou destino. Esta é ainda reforçada pela idéia de que Yudhishtra, o mais velho dos Pandavas e considerado como a personificação da justiça, nasceu devido às orações de Kunti para Yamaraj. Escrituras budistas também mencionam Yama ou Yamaraj de maneira muito similar.