A
primeira epidemia do vírus Ebola seria muito mais antiga do que pensamos. A
doença foi descoberta pelo mundo ocidental moderno apenas na década de 70, mas
o primeiro surto teria ocorrido ainda na Antiguidade, de acordo com pesquisa do
professor de doenças infecciosas, Powel Kazanji. Segundo ele, a primeira
manifestação brutal do vírus aconteceu em torno de 2.400 anos atrás, em Atenas.
Sua
teoria contradiz a crença comum de que o primeiro surto de Ebola aconteceu em
1976, na República Democrática do Congo. Suas pesquisas anteriores indicam que
o Ebola pode ter infectado os ancestrais dos roedores há pelo menos 20 milhões
de anos.
De
acordo com o pesquisador da Universidade de Michigan, a natureza antiga do
Ebola aponta que a doença poderia ter se espalhado a partir do seu reservatório
animal para os seres humanos bem antes de sua identificação.
Kazanji
especula que o vírus pode estar por trás de uma devastadora praga em Atenas,
que durou cinco anos. A epidemia ocorreu durante o segundo ano da Guerra do
Peloponeso, em 430 a.C., quando uma vitória ateniense ainda parecia possível.
Os historiadores acreditam que o Ebola entrou em Atenas por Pireu, cidade
portuária e única fonte de alimentos e suprimentos. A praga ainda voltou mais
duas vezes, em 429 a.C e no inverno de 427/426 a.C.
A
doença, chamada de síndrome de Tucídides, começou com um início súbito de
febre, dor de cabeça, fadiga e dores de estômago, muitas vezes com vômitos
severos. Após sete dias de sofrimento com esses sintomas, aqueles que
sobreviveram à doença, sofreram diarreia. Outros sinais incluíam sangramento
pela boca, olhos avermelhados, tosse, tonturas, erupções cutâneas e gangrena.
Isso
se compara com os sintomas do Ebola, que incluem início súbito de febre,
fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Depois
disso, a doença é seguida por vômitos, diarreia, coceira, comprometimento da
função renal e hepática, hemorragia interna e externa.
Fonte: History