Anton Szandor LaVey, nascido Howard Stanton Levey (Chicago, 11 de abril de 1930 — São Francisco, 29 de outubro de 1997), fundou aIgreja de Satã. Segundo sua biografia, tem ascendência georgiana da Alsácia, alemã, e romena. Além de líder da
primeira organização abertamente satânica da história, LaVey também trabalhou
como músico, fotógrafo forense, ocultista e
domador de feras em circos.
Um
verdadeiro satanista, viveu o que ensinou.
"Eu sou um infernal mentiroso. Maior parte da minha vida adulta, eu fui acusado de ser um charlatão, uma fraude, um impostor. Acho que isso me faz o mais próximo ao que do Diabo se deve ser, além que qualquer um. Isso é verdade. Eu minto constantemente, incessantemente. Porque eu minto constantemente, eu realmente estaria cheio de merda, se eu não mantivesse a minha boca fechada e minhas entranhas abertas."
Anton
Szandor LaVey foi o extravagante Sumo Sacerdote da Igreja de Satã e autor da
Bíblia Satânica. Juntamente com Charles Manson e Timothy Leary, outros pop messiânicos gurus,
foi figura notória nos anos 1960. Lavey, contudo, como guru do submundo
revelado da adoração satânica, serviu de bicho-papão para a mídia
norte-americana sensacionalista.
BIOGRAFIA
A biografia autorizada
de vida de Lavey é bem diferente da real biografia do fundador da igreja
satânica. Boa parte de sua biografia real foi desmistificada após as
divergências e rachas entre os altos satanistas da organização de Lavey. A lenda cuidadosamente auto-criado pode ser o legado mais
duradouro de LaVey. Por meio de entrevistas com jornalistas, discussão pessoal
com os seus discípulos, LaVey disseminava a sua lenda.
Ele
aprovou duas biografias. A primeira delas de 1974 é Vingador do Diabo, por Burton
Wolfe, supostamente escrita a quatro mãos com LaVey. A segunda, de
1990, Vida Secreta de um
Satanista, por Blanche Barton, secretária e
mãe de seu filho Satan Xerxes. Na biografia oficial
afirmou que seu nome original era "Anton Szandor LaVey", entretanto
seu nome de registro era "Howard Stanton Levey", em Chicago, Illinois. Em sua
biografia original, afirmava-se que seus pais eram José e Augusta LaVey, quando na
realidade seus pais foram Michael Joseph Levey (1903-1992), de Chicago, Illinois e
sua ex-esposa Gertrude Levey.
Gertrude
Augusta Coultron que nasceu de uma mãe russa e
pai ucrâniano havia
emigrado para Ohio em 1893. Ambos tornaram-se
naturalizados cidadãos norte-americanos em 1900. A família de LeVey mudou para
a Califórnia, onde passou a sua infância na Baía de São Francisco.
Seus pais teriam apoiado seus interesses musicais, e ele teria tentado uma
série de instrumentos; seus favoritos eram os teclados, como o órgão de tubos e
o Calliope. Ele fez covers de músicas instrumentais como Harlem Nocturne, de Earle Hagen.
Na
biografia oficial Lavey dizia que a sua avó cigana, da Transilvânia, o teria introduzido no Lado
Negro, contudo depois foi revelado que a sua avó nem era cigana nem da
Transilvânia. Ela era ucraniana de
nome Cecile Luba Primokov-Coulton ("Coulton" foi anglicizado para
"Koltonoff"). Ele
teria estudado em Tamalpais
High School em Mill Valley, Califórnia, até a idade de 16 anos. De
acordo com a sua biografia, ele deixou a escola para se juntar a um circo, primeiro
como empregado de loja do circo, depois o menino entraria em gaiolas com os
grandes felinos. Depois trabalhara como músico tocando a Calliope. Ele viria a
trabalhar como organista em bares,
salões e casas noturnas.
LaVey
afirmou ter visto que muitos dos homens que participaram de obscenidades nas
noites de sábados, participavam de reuniões de avivamento em igrejas em
tendas nas manhãs de domingo, que reforçaram a sua visão cada vez
mais cínica da religião. No prefácio à versão alemã de A Bíblia Satânica, ele cita
isso como sendo o impulso de desafiar a religião cristã. Ele acusou membros frequentadores da igreja como adeptos de uma dupla moral.
Por
bastante tempo imperou o mito de que em 1945, aos 15 anos, Lavey teria ido às
ruínas do pós-guerra da Alemanha com
seu tio, que seria um oficial da Guarda Costeira dos EUA,
onde lhe teria mostrado filmes ultra-secretos inspirados em Lojas do culto satânico e seus rituais. Este
mito foi reforçado quando Anton sobre o seu livro de 1972, The Satanic Rituals, afirmava
que rituais eram transcritos do que vira na Alemanha quando jovem. Ocorre que a
ex-esposa Diane LaVey revelou que quando jovem Howard passou a totalidade de
1945 no subúrbio do norte da Califórnia e
nunca visitou a Alemanha, e este tio estaria presso neste período na McNeill Island Penitentiary por envolvimento com Al Capone e
nunca teria sido das forças armadas. Reforçando este depoimento, a
Lei Marcial dos Aliados havia proibido os cidadãos americanos de visitar
Alemanha pós-guerra. Os rituais alemães seriam
adaptações do conto The
Hounds of Tindalos, de Frank Belknap Long e do famoso romance de H. G. Wells, A Ilha do Dr. Moreau.
Segundo
a biografia oficial, enquanto esteve tocando órgão em casas burlescas de Los
Angeles, ele teria tido um breve affair com a então desconhecida Marilyn Monroe, uma bailarina no Teatro Mayan.
Este relato de sua biografia oficial é contestado por conhecidos de Marilyn
Monroe, assim como o gerente da Mayan, Paul Valentine, que disse que ela nunca
tinha sido uma de suas dançarinas, bem como negou que o teatro fora
usado como uma casa burlesca.
De
acordo com a sua biografia autorizada, LaVey voltou para São Francisco, onde trabalhou por três anos
como fotógrafo para
o Departamento de Polícia de São Francisco. Ele se envolveu como um investigador paranormal. Biógrafos posteriores
questionaram se LaVey já trabalhara no Departamento de Polícia de são
Francisco, posto que não há registros que comprovem as suas declarações.
LaVey
era amigo de uma série de escritores associados
a revista Weird
Tales; uma foto dele com George Haas, Robert
Barbour Johnson (que
ele conheceu no circo como um treinador de animais e pintor de
cenas de carnaval) e Clark
Ashton Smith aparece
na biografia de Blanche Barton, A Vida Secreta de um Satanista.
Em
1950, LaVey conheceu Carole
Lansing e eles se
casaram no ano seguinte. Lansing deu à luz a primeira filha de LaVey, Karla LaVey,
nascido em 1952. Eles se separaram em 1960 depois de LaVey ficou encantado com Diane Hegarty. Hegarty e LaVey nunca se
casaram, no entanto ela foi sua companheira de muitos anos e mãe de sua segunda
filha, Zeena Galatea Schreck,
em 1963.
Acabou
por se tornar uma celebridade local através de suas performances paranormal e
como organista, inclusive tocando Wurlitzer no
salão de cocktails,
atraindo muitos notáveis de São Francisco para suas festas. Entre os
convidados, Carin Plessin, Michael Harner, Chester A. Arthur III, Forrest J.
Ackerman, Fritz Leiber, Dr. Cecil E. Nixon e Kenneth Anger.
A IGREJA
LaVey
começou apresentando nas noites de sexta-feira palestras
e rituais de ocultismo. Um membro do círculo sugeriu que
deveria fundar uma igreja.
Em 30
de abril de 1966, divulgou-se, oficialmente, que raspou a cabeça "na
tradição dos antigos carrascos", e segundo adoradores do diabo Yezidi do Iraque, e se declarou o fundador da Igreja de Satanás, e
Sumo Sacerdote Satanás. Proclamou então em 1966 como o sendo o Ano Um, Ano de Satanás, o primeiro ano da Era de Satã.
Posteriormente,
Diane LaVey afirmou que Anton teria raspado sua cabeça devido a uma desafio com
ela no verão de 1966, e não havia relação com a Igreja de Satã. Estudiosos
afirmam que os Yezidi qawwals, os mestres Yezidi, não raspavam a cabeça.
LaVey
realizou batismos satânicos. O primeiro batismo satânico
da história foi em 23 de maio de 1967, o de sua filha, então com 3 anos, Zeena LaVey, quando esta foi consagrada ao Diabo,
numa cerimônia com direito a mulher nua e LaVey com seu famoso capuz com
chifres. O
evento ganhou notoriedade mundial e serviu para a gravação do LP The Satanic
Mass. Nesse
período LaVey afirmava que tinha 250 seguidores em São Francisco, Califórnia. Lavey também fez funerais
satânicos, com destaque para o do marinheiro Edward Olsen.
LaVey
de início formou um grupo chamado a Ordem
do Trapézio, que mais tarde evoluiu para o corpo governante da Igreja de
Satanás. Posteriormente, instituiu-se um grau para os mais elevados na ordem, o Conselho dos Nove.
OBRAS
PUBLICADAS
The Satanic Bible (1969) (Avon, ISBN
0-380-01539-0)
The Satanic Rituals (1972) (Avon, ISBN
0-380-01392-4)
The Satanic Witch (1989) (Feral
House, ISBN
0-922915-00-8)
The Devil's Notebook (1992) (Feral
House, ISBN
0-922915-11-3)
Satan Speaks! (1998) (Feral
House, ISBN
0-922915-66-0)