Linda, alta, cabelos escuros e olhos azuis. Comunista. Olga Benário Prestes nasceu na cidade de Munique, Alemanha. A tarefa mais importante de sua vida: participar da Revolução Comunista Brasileira. Olga veio ao Brasil na década de 1930 por determinação da Internacional Comunista, para apoiar o Partido Comunista Brasileiro. Destacada como guarda-costas de Luis Carlos Prestes, Olga torna-se sua "esposa" e tem uma filha com ele.
Olga entrou para o comunismo em 1923, com apenas 15 anos de idade, juntando-se a organização juvenil do Partido Comunista Alemão (KPD) e a Liga Juvenil Comunista Alemã (KJVD). Logo mudou-se para Berlin com, o então namorado, Otto Braun, militante comunista. Os motivos de tal mudança foram os conflitos ideológicos que possuía com seu pai, que era membro participativo do Partido Social-Democrata.
Com a queda da monarquia alemã, um regime republicano fora instaurado na Alemanha. Os de extrema-direita foram contra, eles consideravam uma traição ao tratado de Versalhes. O novo regime também fora repudiado pela extrema-esquerda comunista, que esmagada na repressão de 1919, desejava instalar o comunismo na Alemanha e formar uma aliança com a União Soviética. Essa guerra entre extrema-direita e extrema-esquerda marcou a Alemanha, com lutas armadas entre milicias paramilitares e homicídios políticos.
Em Berlin, Olga cresce dentro do comunismo de extrema-esquerda quando estavam um uma guerra de rua com a extrema-direita. Olga foi presa no mesmo dia que Braun, sendo acusados de alta traição à pátria. Olga foi solta pouco depois e junto com companheiros de militância, planejou um assalto ao presídio que permitiu a Braun fugir. Olga e Braun fogem para a União Soviética onde Olga, já importante membro comunista, recebe treinamento político-militar na Escola Lenin. Em 1931, Olga abandona Braun.
A Internacional Comunista fazia frente, desde os fins da década de 1920, fazia frente ao nazismo que havia trazido Adolf Hitler ao poder da União Soviética. A presença de comunistas militares como Olga na União Soviética era constrangedor para Josef Stalin, que, fracassadamente tentou impor a política stalinista na Alemanha.
Luiz Carlos Prestes é finalmente, em 1934, aceito no Partido Comunista Brasileiro (PCB), por pressão do Partido Comunista da União Soviética. Prestes volta ao Brasil via Nova York, como clandestino e acompanhado de Olga Benário Prestes. A intenção era uma revolução armada, com o apoio de Moscou. A política comunista da época favorecia movimentos de frente esquerdista em países de terceiro mundo, como o Brasil, tendo como objetivo um programa de democratização e defesa contra o imperialismo. E Prestes parecia ser perfeito para liderar esse movimento no Brasil.
Na época, a União Soviética criava, em Montevidéu, o Secretariado Latino Americano que agiria clandestinamente e que iria aproximar as ações comunistas da Amárica Latina e Moscou. Mas o governo Uruguaio descobriu e cortou relações, em 1935, com a União Soviética.
Quando Prestes e Olga, finalmente, chegam ao Brasil, em 1935, encontram-se com um movimento recém constituído, a Aliança Nacional Libertadora (ANL), uma política revolucionária comunista de caráter antifascista e anti-imperialista. Com uma política de defesa da ordem, Vargas, o então presidente do Brasil, declara que a Aliança Nacional Libertadora é ilegal. Mas isso não impediu Prestes de criar o que seria a Intentona Comunista. A intenção de Prestes e Olga era, através de uma insurreição armada, tomar o poder de Vargas. Muitos líderes comunistas foram presos.
Por alguns meses o casal Prestes conseguiu viver na clandestinidade. Mas no início de 1936, Prestes manda matar Elza Fernandes, 18 anos e namorada do secretário-geral do PCB. Ele acreditava que Elza fosse informante da polícia, o que mais tarde foi esclarecido negativamente. Pouco tempo depois, em março do mesmo ano, Olga e Prestes foram capturados pela polícia.
Olga é levada para a casa de detenção e posta em uma cela com outras dez mulheres, muitas das quais eram conhecidas de Olga. É nesse momento que ela descobre estar grávida de Luis Carlos Prestes. Logo vem a ameaça de ser deportada para a Alemanha que estava sob comando de Hitler. Seria sua morte: além de judia, comunista. Na Europa inicia um protesto pela liberação de Olga e Luis Carlos Prestes, comandado pela mãe e pela irmã de Prestes.
Mesmo com o pedido de indulto dos advogados de Olga e dos apelos humanistas feitos em relação ao filho que esperava ela, Olga fora deportada e mandada a uma prisão. Foi nessa prisão que Olha deu a luz a Anita Leocrádia, que permaneceu com Olga até o fim da amamentação, depois foi entregue e avó. Em 1938, Olga foi transferida para um campo de concentração, onde as prisioneiras viviam como escravas e eram torturadas. Em 1942, Olga foi enviada a um campo de extermínio e fora morta em uma câmara de gás com outras 199 pessoas.
Ela queria instalar em nosso país aquela "maravilha" que foi o comunismo. Ainda bem que falhou.
ResponderExcluirVerdade!
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