Fala galera, então hoje vamos dar continuidade ao post sobre psicopatas. Mas antes de ler esse artigo, relembre a parte 1 aqui.
Irritabilidade e intolerância às frustrações
Apesar de socialmente demonstrarem serem "santos(as)", muitas
vezes o ambiente familiar é muito diferente dessa falsa demonstração para a
sociedade. Não raro, os indivíduos portadores da psicopatia são irritantes,
agressivos e problemáticos sob o teto do seu lar. Possuem baixa tolerância para
frustrações, portanto, contrariedades mínimas como problemas financeiros já
podem ser motivos para agressividade, discussões acaloradas e ofensas
pejorativas a fim de machucar sentimentalmente. Por terem um baixo limiar de
descarga de agressão, eles facilmente perdem a calma por qualquer coisa, se
estressam rapidamente por qualquer contrariedade ou confronto, agindo de forma
pueril ou extrema quando não conseguem o que querem.
Essa intolerância às frustrações os faz pessoas rancorosas, vingativas e
incapazes de aceitar obstáculos comuns do cotidiano. Frequentemente acumulam
ódio por algo ou alguém, não suportam perderem, detestam não conseguir o que
querem e podem cometer atitudes extremas por conta disso. As frustrações
inadmissíveis é que são as únicas fontes capazes de um indivíduo psicopata
chorar de verdade. Fora as suas próprias frustrações, choram apenas por mera
falsidade ou teatro.
Quando tentam uma empreitada e se deparam com uma pessoa portadora de
habilidade suficiente para notar sua verdadeira personalidade sem se deixar
manipular, estipulam esta pessoa como possível ameaça. É comum elegerem tal
indivíduo como seu rival ou inimigo. A partir deste momento responsabilizam e
acusam este indivíduo por todos os fracassos que ocorrem em sua vida. São
capazes de manipular conhecidos em comum para criar complôs e fazer acusações
indiscriminadamente. Prejudicam, mentem, distorcem, tentam fazer as pessoas
próximas se afastarem do seu "suposto" inimigo. Socialmente fingem
indiferença, mas intimamente a pessoa passa ao rol das mais importantes.
Psicopatas não suportam a possibilidade de ausência de controle das situações e
não toleram pessoas que tenham controle sobre seus interesses. Sua
individualidade e intimidade é intocável.
Eles também podem ser tidos como aquelas pessoas que vivem a desafiar as
autoridades da casa, tais como os pais, avós, etc. O ambiente familiar,
dependendo de cada psicopata, pode ser marcado desde discussões leves até
violência física para com os membros que moram na casa. Muitas vezes, o lar
doméstico desses indivíduos é marcado também pelas outras diversas
característica psicopáticas, tais como egoísmo, mentiras, manipulação etc. Da mesma forma com as
outras pessoas, eles não se importam com os sentimentos dos seus familiares,
são frios e não sentem culpa por nada que fazem. Eles tendem a se aproveitarem
da situação familiar para tirarem benefícios para si próprios, como por exemplo
a herança da família.
Em suma, são na realidade, indivíduos irritadiços, agressivos,
impulsivos, sádicos, interesseiros, egoístas, sedutores, frios e excessivamente
manipuladores: enquanto maltratam as pessoas mais íntimas que se importam com
ele, o indivíduo demonstra profundo ódio, rancor e indiferença a quem detém
poder sobre si; fora desse ambiente familiar conturbado, se mostram totalmente
o oposto: pessoas queridas, alegres, amorosas e do bem.
Mentiras e comportamento fantasioso
Psicopatas usam a mentira como uma ferramenta para seus objetivos.
Exatamente por isso, não usam a mentira da mesma forma que as outras pessoas
usam e sim usam-na como ferramenta de trabalho. São tão racionais que planejam
muito bem suas mentiras, a ponto de que conseguem mentir olhando nos olhos e
demonstrando atitudes calmas e típicas de quem está falando a mais brilhante
verdade, quando na realidade, não passam de grandes mentiras. Tais mentiras
muitas vezes são caracterizadas por histórias muito bem detalhadas e
minuciosas, a ponto que as outras pessoas nem se quer desconfiam de que tudo não
passa de um teatro, por isso, raramente suas mentiras são descobertas.
Entretanto, quando isto acontece, eles podem negar até a morte que tudo não
passa de uma farsa, mesmo que tudo e todos provem o contrário. Também podem
mostrar-se totalmente indiferentes à descoberta, ou admitem, mas inventam
alguma desculpa encobrindo a outra mentira. Quando tais descobertas implicam em
rejeição social é comum o afastamento do psicopata em relação a quem os
identificou, implicando em mudança de residência para um local distante e
iniciando um novo círculo social com pessoas que desconhecem seu comportamento
patológico.
Psicopatas também apresentam um comportamento fantasioso que
frequentemente muda. São tidos como camaleões sociais, porque estão em
constante mudanças socialmente. Eles geralmente mudam de comportamento conforme
a pessoa, mais especificamente, conforme o que a pessoa quer. Então, é comum
terem diversos comportamentos diferentes com diferentes pessoas. Isso também
ocorre porque são indivíduos que levam uma vida dupla: socialmente são vistos
como os ingênuos inocentes, quando na verdade escondem um lado obscuro.
Em geral, todas as pessoas têm por si uma característica de camaleão
social, afinal, ninguém consegue ser totalmente constante e igual com todos
ao mesmo tempo. Todos são diferentes, por exemplo, com seus amigos e com seus
familiares. Contudo, o psicopata apresenta uma característica muito forte: uma
forma de "dissociação" de personalidade, isto é, como se tivessem uma
fina camada de verniz. Isto ocorre porque o antissocial desenvolve uma
personalidade para convívio social, para conseguirem se infiltrarem e
misturar-se com os outros seres. Ou seja, na realidade, eles demonstram para a
sociedade uma personalidade fantasiosa, pois na realidade, escondem um
temperamento totalmente oposto ao que demonstram socialmente. No caso do
psicopata, esse disfarce social é totalmente excessivo e extremo da real
personalidade - enquanto podem ser típicos exemplares socialmente, com família,
filhos e trabalho normal, na realidade, são pessoas extremamente doentes.
Seu verniz é tão perfeito que, quando cometem algum tipo de crueldade,
as pessoas na prisão confiam nele e em seu comportamento, sem entender como
aquela pessoa tão educada e solícita, calma e comportada, possa ter cometido
crimes tão numerosos e violentos.
Vazio existencial e tendência ao tédio
Psicopatas são pessoas excessivamente sensíveis ao tédio, monotonia e
tudo o que for relativo à "constância". Necessitam constantemente de
estímulos, pois são ausentes de emoções reais. Pessoas assim ficam entediadas e
deprimidas muito facilmente, não suportam monotonia e rotina, e estão em busca
constante por estímulos e excitações que lhe ofereçam perigo para se livrarem
do tédio. Por isso, enjoam facilmente de tudo e todos. Então, seus
relacionamentos, empregos, preferências e objetivos estão em constante mudança,
em alguns momentos parecem indivíduos bipolares. Enjoam muito fácil das coisas.
Precisam sempre de novidades a fim de que não caiam na monotonia. Assim,
seus relacionamentos não são duradouros, (Máx 1 anos) eles não param em um
emprego fixo, seus objetivos perdem a graça muito fácil, seus gostos são
instáveis etc. Psicopatas geralmente podem começar um determinado projeto de
forma empolgada e excitante, contudo, não conseguem terminá-lo porque de
repente parecem ter enjoado. Também pode acontecer que anseiam em excesso por
algo, todavia, quando conseguem, não querem mais. Portanto, para eles, a
empolgação para as coisas da vida têm uma duração muito curta. Logo, se são
pessoas que não toleram tédio e rotina, consequentemente também são intoleráveis
às regras e normas.
Egoísmo e egocentrismo
Como psicopatas são seres incapazes de sentir sentimentos calorosos por
outros seres humanos - tais como o amor, altruísmo, generosidade, humildade e
pena - eles não conseguem amar outras pessoas; não ao menos da mesma forma que
a maioria das pessoas consegue. Na realidade, nos psicopatas o que predomina é
um grande sentimento de posse e utilização do próximo aos seus interesses.
Apesar do ciúme e possessividade andarem lado a lado, o ciúme geralmente é
normal e - até certo ponto - necessário numa relação, mas o ciúme doentio é
fruto de uma baixa auto estima e insegurança. Do outro lado, a possessividade -
diferente do ciúme doentio visto como sinal de insegurança - é um sentimento
egoísta e que geralmente não está relacionado a uma insegurança e sim a uma
personalidade egoísta que não sabe diferenciar objeto de pessoa, tratando,
assim, pessoas como meros objetos criados para atender aos seus interesses,
pois enquanto o ciúme pode ser visto como um sentimento para com pessoas; a
possessividade está muito mais relacionada a objetos, "ter apenas para si
tal objeto" por puro egoísmo. É por isso que no psicopata o que predomina
é a possessividade. Como eles são exímios egocêntricos e não sentem nada, eles
não têm a insegurança típica de quem ama, mas sim um sentimento de posse, na
qual a outra pessoa é vista como um objeto que é apenas dele e não deve ser
dividido de forma alguma. Às vezes, quando eles demonstram afeto por alguém, ou
é pura dissimulação ou um grande sentimento de possessividade por tal pessoa, o
que faz frequentemente, a princípio, acreditarem que estão apaixonados, quando
na verdade, não sentem nada mais que posse por tal pessoa. Sentimentos de amor
seguem a mesma linha. Veneram e expressam sentimentos de amor quando o
questionamento da ausência desse tipo de sentimento implica prejuízo aos seus
interesses. Além disso, tendem sempre a inventar desculpas de sua
possessividade (por ex, "é porque eu te amo", "tenho medo de
perdê-lo (a)" ou ainda "é porque tenho ciúme de você"). O
egoísmo desses indivíduos é tanto que por mais possessivos que sejam, não
aceitam esta regra aplicada para o outro. Por exemplo, eles podem ser
possessivos com os outros, mas os outros não podem ser com eles.
Como o antissocial é egoísta e ausente de sentimentos bons para com
outros, eles frequentemente também exibem possessividade não somente num
relacionamento íntimo, mas também em todos aspectos de sua vida. Eles tratam
como meros objetos seus familiares, seu cônjuge, seus amigos, seus pertences.
Não toleram serem ignorados e, se todos são tratados como objetos, portanto, a
possessividade também estará presente. "Dividir" e
"generosidade" são vocábulos inexistentes na personalidade dos psicopatas.
Não suportam "dividir" nada nem ninguém. Seus amigos não podem ser
amigos de mais ninguém, a não ser dele; seus pertences não são de ninguém, só
deles; o dinheiro é apenas dele e não será dividido com mais ninguém; a atenção
e admiração não será de ninguém, apenas deles. De forma geral é dessa forma que
a vida de um psicopata é baseada, porém, quando demonstram o contrário:
generosidade, não passa de mera falsidade. Eles geralmente demonstram
comportamento contrário ao egoísmo (por ex, o psicopata que resolve emprestar
dinheiro para um familiar necessitado) para disfarçarem socialmente ou
conseguirem algo com isto.
Essa possessividade geralmente gera no psicopata um outro sentimento: a
inveja. Por isso, são frequentes invejosos embora possam não demonstrar isso
claramente. Pelo contrário, são eles que se fazem de genuínos, que não invejam
nada nem ninguém, ou que apenas sentem uma "inveja boa". Enquanto
isso, desejam mal às outras pessoas que conquistaram algum determinado ideal
pela qual o psicopata também anseia; e às escondidas articulam planos para
arruinar tais conquistas. Isso porque querem tudo apenas para si e se veem como
donos do universo; o mundo é visto, por eles, como ao redor de seu próprio
umbigo (egocentrismo exacerbado).
Para psicopatas, eles são quem merecem uma conquista e não os outros; os
outros são sempre os que recebem mais e eles não recebem nada (por ex, um
psicopata ao ver que um colega de trabalho recebeu uma oferta especial no
emprego, ele tende a pensar que é ele que merece essa proposta e não seu
colega). Por isso, são os reis de estratégias que visam conseguir a qualquer
custo o que querem, mesmo que isto acarrete em prejuízos para outras pessoas.
Incorrigibilidade e ausência de remorso
Uma característica notavelmente exclusiva nos psicopatas é a capacidade
de resistir a punições e castigos. Psicopata não aprende com os erros, pelo
contrário, vai continuar cometendo os mesmos erros, ferindo ou não outras
pessoas. Desde criança, por exemplo, esses indivíduos demonstram
inflexibilidade e teimosia no comportamento após punições dos pais; eles não
são afetados ou mudam seu comportamento com os castigos, continuam a agir da
mesma forma sempre. Quando castigado, o psicopata tende a repensar modos de
agir novamente o mesmo comportamento, mas o faz para adaptar suas estratégias e
evitar ser punido novamente. A frase comumente ouvida "com a vida você vai
aprender…" raramente funciona com um psicopata. Mesmo se isso ocorrer, com
certeza ele irá mudar de comportamento apenas porque tal acarretou em prejuízos
para si próprio, não levando em conta o prejuízo causado a outras pessoas.
Obviamente, são indivíduos notavelmente hábeis e sem remorsos e
sentimentos de culpa. Podem sentir remorso ou culpa por algo que fizeram - mas
dura pouco. Os psicopatas com um grau mais leve podem até terem algum nível de
tais emoções, entretanto, isso não é o suficiente para que pausem seus impulsos
de suas ações. Remorso é emoção que, via de regra, vem do cérebro, assim como
todos os sentimentos e pensamentos. Quando o cérebro está condicionado a um
comportamento ou com algum tipo de prejuízo nessas áreas emocionais, a
capacidade de sentir emoções também fica prejudicada. Nos psicopatas, o remorso
e compaixão - que são essenciais para a cooperação nas relações entre os seres
humanos - estão quase ou totalmente ausentes, assim como os sentimentos de
ternura, pena e sensibilidade.
Psicopatia
feminina
A maioria das mulheres tende a apresentar um grau leve ou moderado da
psicopatia, sendo que mulheres psicopatas com um alto grau da doença são raras.
Porém, existem e são as denominadas serial killers, tais como grandes assassinas
da história mundial, como Elizabeth Bathory, Aileen Wuornos e Marie Noe.
As psicopatas com um nível moderado a grave de psicopatia podem, no
início da adolescência, ter um acentuado crescimento dos sintomas do distúrbio
nessa fase, além de sintomas como um humor deprimido e irritadiço, abusar do
álcool e/ou drogas, obter comportamentos autodestrutivos como auto mutilação,
tentativas de suicídio fracassadas, abusos de medicamentos, ambiente familiar
conturbado, instabilidade emocional e, não raro, aparecimento de sintomas
histéricos (conversivos). Aliás, é muito mais frequente nas mulheres psicopatas
ocorrer a psicopatia juntamente com características conversivas, como por
exemplo, paralisias, dores de cabeça constantes, náuseas, vômitos, afonia,
dores constantes pelo corpo sem motivos plausíveis etc. o que mostra que essas
mulheres além da psicopatia, possuem traços histéricos em sua personalidade, o
que as faz reprimir seus problemas psicológicos e transformando-os em problema
físico.
Na melhor das hipóteses, as mulheres psicopatas geralmente foram
crianças introvertidas e tinham um profundo sentimento de isolamento. Embora
não seja regra, a maioria das mulheres psicopatas possuem um histórico cuja
infância foi permeada por algum tipo de conflito familiar (abusos, negligência,
divórcio dos pais, alcoolismo parental, etc.), além de constantes conturbações
escolares, tal como deboches por coleguinhas de escola, seja pela timidez ou
por apresentarem algum tipo de transtorno de conduta: ao tempo que foram
crianças que sofriam deboches, entretanto, também cometiam algum tipo de
crueldade - embora nem sempre os adultos conseguissem perceber, pois, via de
regra, psicopatas desde tenra idade manipulam todos ao redor de forma que
raramente são descobertos.
Mulheres psicopatas não gostam de ser contrariadas e, assim como os
homens sociopatas, elas podem demonstrar frieza, agressividade ou
insensibilidade sem que isso acarrete em culpa, arrependimento ou remorso. Elas
têm necessidade em demonstrar grande poder, destaque social, ou controle sob
certas pessoas ou situações. São controladoras, persuasivas, influenciadoras,
promíscuas e muito sedutoras. Elas podem exibir além de um comportamento
sedutor, comportamentos sexuais perversos, tais como sadomasoquismo, e outros fetiches perversos.
Normalmente tem um histórico de relacionamentos breves, que duram pouco,
numerosos casos superficiais ou então mantém vários casos com relativa
longevidade ao mesmo tempo. Elas são mulheres infiéis, que facilmente traem o
cônjuge diante de oportunidades que possam atender seus interesses como, por
exemplo, relacionar-se com chefes de trabalho.
É muito comum estabelecerem relacionamentos estáveis apenas por puro
interesse material, tais como homens que lhes proporcionem algum nível de
infraestrutura sócio-econômica que possa servir aos seus objetivos
particulares. Para a psicopata, o sexo, a sedução e a orientação sexual são apenas
mais uma moeda de troca como forma demanipulação, um de seus melhores utensílios
para atingir seus desejos, pois obtém prazer de todas as maneiras que lhe
convém.
Nas mulheres com traços psicopáticos, parece haver predominância de
sintomas do subtipo de psicopatia denominado por Millon de "psicopata
dissimulado". Segundo Millon, tais psicopatas possuem características de
falta de confiança nos outros, impulsividade, simpatia superficial e
sociabilidade para com os outros mas constante mau humor, agressividade e
ressentimento para com a família e pessoas próximas. Esse tipo de psicopatia
pode ser relativamente parecido como uma mistura do transtorno
de personalidade borderline e o transtorno
de personalidade histriônica. São pessoas que aparentam tendências a
chamar atenção para si e com um comportamento significantemente sedutor ou
sensual. Neste caso, essas psicopatas são socialmente sedutoras mas ocultam por
trás da sedução e sociabilidade um péssimo comportamento com pessoas mais
próximas. A busca pela excitação, aventura e estímulo é invariavelmente alto,
com tendências a sentir-se facilmente entediada, com grande intolerância à
monotonia, regras e rotina. Exatamente por isso, essas pessoas costumam exibir
entusiasmo de curta duração pelas coisas da vida, tais como relacionamentos,
empregos, objetivos e gostos. Elas se entediam e enjoam facilmente das coisas,
começam um projeto mas nunca terminam. Pessoas assim têm comportamentos
imaturos de contínua busca de sensações e perigo, e fazem de tudo o que for
necessário nas suas relações para conseguirem o que querem dos outros. Tendem a
elaborar situações fantasiosas que não acontecem na realidade para tentar obter
alguma informação útil. São incapazes de demonstrar gratidão e quando fazem
serve apenas como meio para evitar julgamentos sociais. Quando não conseguem o
que querem ou são contrariadas ou pressionadas, podem balancear entre uma
explosão agressiva ou uma vingança calculista.
De modo geral, as mulheres psicopatas apresentam praticamente os mesmos
sintomas do homem psicopata, entretanto, praticam suas crueldades de forma
menos violenta que o homem, o que faz com que raramente sejam descobertas.
Psicopatia
x Sociopatia
Existem infinitas dúvidas referente às diferenças entre o termo "psicopatia" e "sociopatia". O fato é que, atualmente,
ambos termos se referem ao indivíduo com transtorno
de personalidade antissocial. Para alguns especialistas, como Robert Hare, a diferença entre a psicopatia e
a sociopatia consiste basicamente na origem do transtorno. Assim como
sociólogos, especialistas de crimes e alguns psicólogos acreditam que o
distúrbio, quando originado a partir do próprio meio social, é denominado como
sociopatia. Por exemplo, aquele indivíduo que "aprendeu" a cometer
atitudes antissociais no próprio meio em que vivia, tal como um ambiente com
baixo nível socioeconômico e pais violentos. Já o psicopata consiste na
combinação de fatores como biológicos, genéticos e socioambiental. Por exemplo,
o indivíduo que aparentemente "nasce" psicopata, independente de ter
vivido num ambiente com baixo nível socioeconômico.
Para outros especialistas, a psicopatia e a sociopatia são duas
manifestações diferentes do transtorno de personalidade antissocial. Tais
raciocínios acreditam que os psicopatas nascem com características básicas como
impulsividade e ausência de medo, o que faz com que busquem condutas de riscos
e perigo, terminando muitas vezes em atitudes antissociais, uma vez que são
incapazes de se estabelecerem corretamente nas normas sociais. Já o sociopata,
nesta visão, apresenta um temperamento um pouco mais "normal" que os
psicopatas.
Em suma, referente ao termo, essas duas variantes da personalidade
antissocial tem como causa uma interação variada entre fatores
genéticos/biológicos e fatores ambientais, mas a psicopatia tende para fatores
genéticos, enquanto que a sociopatia, para o lado socioambiental.
Teoria
Segundo a teoria pela qual uma pessoa psicopata é uma pessoa perversa, supõe-se que
nesta classe de doença, o doente é um sujeito que se mantém a par da realidade,
mas que carece de Superego. Isto faz com
que a pessoa psicopata possa cometer atos
criminosos sem sentir culpa.
A noção, cada vez mais reforçada de que as personalidades psicopatas são quase-psicóticas, enquadra-as dentro das estruturas de personalidades
borderline (importante ressaltar que a estrutura borderline é diferente do transtorno
de personalidade borderline). Não obstante, as pessoas psicopatas
têm condutas criminais sem nenhum sentimento de culpa, mantendo plena consciência dos seus crimes ou das suas
intenções criminais.
A natureza do superego, enquanto introjeção das regras sociais e as
formas de conduta que são apreendidas e interiorizadas pelos indivíduos no
processo de socialização tem sido revisto a partir de várias concepções
psicossociais em especial as noções de self de Mead e as concepções de desvio -
outsiders de Goffman e Parker as denominadas teorias sociológicas da psicologia social
Assassino
em série (serial killer)
Uma personalidade psicopata não se restringe ao assassino em série.
Um psicopata pode ser uma pessoa simpática e de expressões sensatas que, não obstante,
não vacila ao cometer um crime quando lhe convém
e, tal como explicado acima, fá-lo-á sem sentir culpa pela sua ação.
O contexto social em que é interpretado o ato agressivo forma o criminoso ou o
justiceiro social, o policial autorizado a cometer crimes (soldado mandado).
Contudo na agressividade psicopatológica dos denominados sociopatas há
sempre de se identificar as pulsões sádicas que
caracterizam o instinto de morte da espécie humana.
Apesar do ainda controverso tema da existência do instinto agressivo em nossa espécie, pelo
menos entre as teorias psicanalíticas não há dúvidas sobre a natureza da
compulsão à repetição e características sádicas de suas manifestações descritas
por Freud no
célebre ensaio: Além do princípio do prazer, 1921.
Tipos
de assassinos - Organizados e Desorganizados
Há dois tipos de assassinos em série, organizados e desorganizados.
A maioria dos assassinos são organizados, são muito difíceis de serem
descobertos, e planejam com antecedência o local do crime, diferentemente do
desorganizado, que muitas vezes age por raiva, e muitas vezes possuem doenças
mentais. Existem assassinos que possuem características tanto dos organizados,
quanto dos organizados.
Características dos Assassinos Organizados
- Costumam não deixar rastros, e se deixam, são pistas falsas
- Inventam e conseguem comprovar álibis falsos
- Planejam o crime com antecedência
- Arrumam todo o lugar, sem pressa ou preocupação
- Costumam levar com eles instrumentos de tortura
- Conversa antes com a vítima, fazendo-a assim, cair em seu plano
- Geralmente são abusados na infância fisicamente e sexualmente
- Aparentam ser normal, até mesmo, bem agradável
- Tem uma estrutura familiar aparentemente
- São inteligentes e possuem grande apreço por estudos
- Preferem o estupro ao invés de sadismo
- Inteligencia acima da média
- Não se preocupam em deixar pistas ou retirar o corpo do local
- Não estupram antes de matar, geralmente, preferem o sadismo
- Não costumam ter contato com a vítima antes do assassinato
- Geralmente usam qualquer utensílio que estiver em sua disposição
- São aptos a necrofilia, canibalismo e mutilação
- São considerados inadequados perante a sociedade
- Inteligencia abaixo da média
- Mora/trabalha em lugares próximos do crime cometido
- Não saem da cidade após o assassinato
- Ficam nervosos durante o executamento
Tratamento
As formas mais comuns de medicamentos utilizados em pacientes de
transtornos de personalidade são os neurolépticos, antidepressivos, lítio,
benzodiazepínicos, anticonvulsivantes e psicoestimulantes. Porém tratamentos
medicamentosos revelaram ser ineficazes no tratamento de psicopatia, porém
poucos estudos foram realizados adequadamente . Mesmo com poucos testes, sais
de lítio são usados frequentemente no
tratamento de pacientes psicopatas, pois podem levar a uma redução nos
comportamentos impulsivos, explosivos e na instabilidade emocional. Seus
principais efeitos colaterais são sedação, tremores e problemas motores.
Há indicativos de que a terapia
cognitivo-comportamental possa ser um método eficaz no
tratamento de transtornos de personalidade antissocial. A American
Psychiatric Association considera a terapia
analítico-comportamental como o tratamento de regulação afetiva
mais eficaz e empiricamente suportado para transtornos de personalidade.
Psicoterapias com pacientes com
personalidade violenta em liberdade condicional reduziram os índices de
reincidência para 20 e 33% comparado com 40 a 52% dos grupos controles. Os
autores concluem que a personalidade dos pacientes não mudou, porém eles
aprenderam a controlar melhor seus impulsos e pensarem mais nas consequências
de seus atos.
Características
resumidas e curiosidades
Psicopatia é sinônimo de antissocial,
de pessoas que não seguem as leis e nem as regras ditadas pela sociedade e,
através de seus atos, provocam danos à mesma;
- Para cada 25 pessoas, 1 ao menos exibe traços psicopáticos, mas a amostragem é imprecisa;
- Podem ter uma autoestima ou visão de si próprios elevada;
- Frequentemente são pessoas autossuficientes e vaidosas;
- Muitas vezes exibem um encanto superficial, são sedutoras e conquistam facilmente as outras pessoas;
- Frequentemente são bastante volúveis e inconstantes;
- Não possuem empatia, tendem a ser insensíveis, cínicas e a desprezar os sentimentos e direitos alheios;
- Possuem dificuldade em manter relacionamentos duradouros, embora consigam estabelecer um novo facilmente;
- Mentem frequentemente de forma tão realista que raramente outras pessoas descobrem ou desconfiam;
- É comum a necessidade de ter autoridade: são pessoas que necessitam estar sempre no comando ou poder, detestam serem comandados ou submissos;
- Frequentemente possuem tendências sadomasoquistas;
- São extremamente manipuladoras, manipulam pessoas, ambientes, fatos e circunstâncias a seu favor;
- Não possuem sentimentos de culpa ou arrependimento;
- Geralmente são pessoas frias, raramente demonstram algum tipo de afetividade e quando demonstram, costumam ser superficiais;
- Podem ser inconstantes, detestar rotina e monotonia e enjoar fácil de tudo;
- Não possuem empatia: não entendem o que é estar no lugar do outro;
- São excessivamente racionais e calculistas, tem dificuldade em pensar emocionalmente e age mais racionalmente acreditando agir por suas emoções;
- Geralmente céticas ou desconfiadas em demasia, e por isso mais persuasivas;
- Frequentemente irresponsáveis: tendem a jogar a culpa sempre nos outros, não se responsabilizando pelas próprias condutas, tendo mania de perseguição e arranjando sempre algo ou alguém como culpado;
- Possuem necessidade de estimulação constante, assim como sensibilidade ao tédio e um vazio existencial;
- Falta de metas a longo prazo ou mudanças constantes de metas;
- São impulsivas em relação à agressividade, violência e impulsos sádicos;
- Tendem a ser infiéis e seus relacionamentos íntimos geralmente não são duradouros;
- Podem possuir vida dupla: socialmente sendo pessoas exemplares, mas com pessoas no convívio intimo se mostrarem totalmente diferentes;
- Costumam ser irritadiças e podem atacar fisicamente por impulso num momento de raiva;
- Quase sempre dão mais valor ao material do que ao sentimental e sempre dizem o oposto, inclusive podem ser oportunistas obcecadas por melhores condições de vida;
- Bastante críticas em relação à moralidade e à ética. Para elas, "regras foram feitas para serem quebradas" e "os fins justificam os meios";
- Possuem mudanças súbitas de temperamento;
- Frequentemente, psicopatas se dão bem em entrevistas de empregos, manipulam as pessoas e conquistam a confiança de todos facilmente no ambiente de trabalho;
- Geralmente acham que estão certas e que seu estilo de vida é o mais correto e adequado.
- Em casos graves podem não reagir com aversão a comportamentos condenados socialmente, como homicídios, por exemplo.
- Quando colocadas sob pressão, como por exemplo, a morte de algum parente, choram por sentir a perda do auxilio que a pessoa lhe prestou e poderia prestar;
- Frieza emocional (sadismo), capacidade de fingir extremamente bem, vontade de enganar as pessoas e ausência de remorso. É a receita ideal para um assassinato cometido por um psicopata;
- Expressa pouco ou nenhum amor, afetividade, carinho etc. É capaz de grandes e admiráveis declarações, mas tem como hábito não dar atenção a filhos, pais, parentes, cônjuge ou amantes.
- Geralmente são pessoas com sorrisos fáceis, amáveis quando lhe convêm e absolutamente frias quando julgam necessário;
- A frieza ao agir faz com que as pessoas psicopatas provavelmente não se arrependam dos erros que cometem, assim as pessoas podem desenvolver gosto pela sensação de perigo. Acredita-se que o distúrbio que estimula o comportamento sádico do psicopata resulte de um desvio neurológico, capaz de induzir principalmente ao homicídio;
- Pode utilizar-se da sedução para conseguir o que quer dos outros;
- Sua capacidade de parecer uma pessoa boazinha, educada e inofensiva costuma ser bastante convincente. É comum que os outros não desconfiem de se tratar de um (a) psicopata.
Os psicopatas e o poder
Pelo fato de gostarem da sensação de poder, serem muito persuasivos e
não medirem esforços para atingir seus objetivos, as pessoas psicopatas
ascendem muito rápido em suas profissões; por isso é comum que esses indivíduos
ocupem importantes cargos ligados a mídia, televisão, música ou política.
Por não sentirem remorso, nem compaixão, os indivíduos com personalidade
antissocial não se importam se seus atos irão prejudicar um determinado grupo
de pessoas ou até mesmo uma nação.
Código
Penal
Do ponto de vista penal existe o dilema, amplamente discutido, sobre se
uma personalidade doente é imputável, especialmente se é de origem psicótica.
Mesmo que se trate de uma personalidade doente (exemplos: pessoas sádicas, violadoras, etc.) há tendência para sustentar
que há uma punição correspondente,
dado que, mesmo doente, a pessoa mantém consciência dos seus atos e pode evitar
cometê-los.
O direito penal usa como formas de classificar a capacidade mental do
agente: entendimento por parte do agente se o ato que ele cometeu é ilegal e se
mesmo sabendo que é ilegal, consegue se autodeterminar, ou seja, consegue não
cometer o ato.
Os psicopatas, no entanto, muitas vezes conseguem entender que seus atos
são errados, porém não conseguem se autodeterminar com relação ao seu
entendimento, ocasionando com isso os crimes bárbaros, podendo os psicopatas
tornarem-se assassinos em série.