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Psicopatas - Parte 2

Fala galera, então hoje vamos dar continuidade ao post sobre psicopatas. Mas antes de ler esse artigo, relembre a parte 1 aqui.

Irritabilidade e intolerância às frustrações

Apesar de socialmente demonstrarem serem "santos(as)", muitas vezes o ambiente familiar é muito diferente dessa falsa demonstração para a sociedade. Não raro, os indivíduos portadores da psicopatia são irritantes, agressivos e problemáticos sob o teto do seu lar. Possuem baixa tolerância para frustrações, portanto, contrariedades mínimas como problemas financeiros já podem ser motivos para agressividade, discussões acaloradas e ofensas pejorativas a fim de machucar sentimentalmente. Por terem um baixo limiar de descarga de agressão, eles facilmente perdem a calma por qualquer coisa, se estressam rapidamente por qualquer contrariedade ou confronto, agindo de forma pueril ou extrema quando não conseguem o que querem.




Essa intolerância às frustrações os faz pessoas rancorosas, vingativas e incapazes de aceitar obstáculos comuns do cotidiano. Frequentemente acumulam ódio por algo ou alguém, não suportam perderem, detestam não conseguir o que querem e podem cometer atitudes extremas por conta disso. As frustrações inadmissíveis é que são as únicas fontes capazes de um indivíduo psicopata chorar de verdade. Fora as suas próprias frustrações, choram apenas por mera falsidade ou teatro.

Quando tentam uma empreitada e se deparam com uma pessoa portadora de habilidade suficiente para notar sua verdadeira personalidade sem se deixar manipular, estipulam esta pessoa como possível ameaça. É comum elegerem tal indivíduo como seu rival ou inimigo. A partir deste momento responsabilizam e acusam este indivíduo por todos os fracassos que ocorrem em sua vida. São capazes de manipular conhecidos em comum para criar complôs e fazer acusações indiscriminadamente. Prejudicam, mentem, distorcem, tentam fazer as pessoas próximas se afastarem do seu "suposto" inimigo. Socialmente fingem indiferença, mas intimamente a pessoa passa ao rol das mais importantes. Psicopatas não suportam a possibilidade de ausência de controle das situações e não toleram pessoas que tenham controle sobre seus interesses. Sua individualidade e intimidade é intocável.

Eles também podem ser tidos como aquelas pessoas que vivem a desafiar as autoridades da casa, tais como os pais, avós, etc. O ambiente familiar, dependendo de cada psicopata, pode ser marcado desde discussões leves até violência física para com os membros que moram na casa. Muitas vezes, o lar doméstico desses indivíduos é marcado também pelas outras diversas característica psicopáticas, tais como egoísmo, mentiras, manipulação etc. Da mesma forma com as outras pessoas, eles não se importam com os sentimentos dos seus familiares, são frios e não sentem culpa por nada que fazem. Eles tendem a se aproveitarem da situação familiar para tirarem benefícios para si próprios, como por exemplo a herança da família.

Em suma, são na realidade, indivíduos irritadiços, agressivos, impulsivos, sádicos, interesseiros, egoístas, sedutores, frios e excessivamente manipuladores: enquanto maltratam as pessoas mais íntimas que se importam com ele, o indivíduo demonstra profundo ódio, rancor e indiferença a quem detém poder sobre si; fora desse ambiente familiar conturbado, se mostram totalmente o oposto: pessoas queridas, alegres, amorosas e do bem.

Mentiras e comportamento fantasioso

Psicopatas usam a mentira como uma ferramenta para seus objetivos. Exatamente por isso, não usam a mentira da mesma forma que as outras pessoas usam e sim usam-na como ferramenta de trabalho. São tão racionais que planejam muito bem suas mentiras, a ponto de que conseguem mentir olhando nos olhos e demonstrando atitudes calmas e típicas de quem está falando a mais brilhante verdade, quando na realidade, não passam de grandes mentiras. Tais mentiras muitas vezes são caracterizadas por histórias muito bem detalhadas e minuciosas, a ponto que as outras pessoas nem se quer desconfiam de que tudo não passa de um teatro, por isso, raramente suas mentiras são descobertas. Entretanto, quando isto acontece, eles podem negar até a morte que tudo não passa de uma farsa, mesmo que tudo e todos provem o contrário. Também podem mostrar-se totalmente indiferentes à descoberta, ou admitem, mas inventam alguma desculpa encobrindo a outra mentira. Quando tais descobertas implicam em rejeição social é comum o afastamento do psicopata em relação a quem os identificou, implicando em mudança de residência para um local distante e iniciando um novo círculo social com pessoas que desconhecem seu comportamento patológico.

Psicopatas também apresentam um comportamento fantasioso que frequentemente muda. São tidos como camaleões sociais, porque estão em constante mudanças socialmente. Eles geralmente mudam de comportamento conforme a pessoa, mais especificamente, conforme o que a pessoa quer. Então, é comum terem diversos comportamentos diferentes com diferentes pessoas. Isso também ocorre porque são indivíduos que levam uma vida dupla: socialmente são vistos como os ingênuos inocentes, quando na verdade escondem um lado obscuro.

Em geral, todas as pessoas têm por si uma característica de camaleão social, afinal, ninguém consegue ser totalmente constante e igual com todos ao mesmo tempo. Todos são diferentes, por exemplo, com seus amigos e com seus familiares. Contudo, o psicopata apresenta uma característica muito forte: uma forma de "dissociação" de personalidade, isto é, como se tivessem uma fina camada de verniz. Isto ocorre porque o antissocial desenvolve uma personalidade para convívio social, para conseguirem se infiltrarem e misturar-se com os outros seres. Ou seja, na realidade, eles demonstram para a sociedade uma personalidade fantasiosa, pois na realidade, escondem um temperamento totalmente oposto ao que demonstram socialmente. No caso do psicopata, esse disfarce social é totalmente excessivo e extremo da real personalidade - enquanto podem ser típicos exemplares socialmente, com família, filhos e trabalho normal, na realidade, são pessoas extremamente doentes.

Seu verniz é tão perfeito que, quando cometem algum tipo de crueldade, as pessoas na prisão confiam nele e em seu comportamento, sem entender como aquela pessoa tão educada e solícita, calma e comportada, possa ter cometido crimes tão numerosos e violentos.
Vazio existencial e tendência ao tédio


Psicopatas são pessoas excessivamente sensíveis ao tédio, monotonia e tudo o que for relativo à "constância". Necessitam constantemente de estímulos, pois são ausentes de emoções reais. Pessoas assim ficam entediadas e deprimidas muito facilmente, não suportam monotonia e rotina, e estão em busca constante por estímulos e excitações que lhe ofereçam perigo para se livrarem do tédio. Por isso, enjoam facilmente de tudo e todos. Então, seus relacionamentos, empregos, preferências e objetivos estão em constante mudança, em alguns momentos parecem indivíduos bipolares. Enjoam muito fácil das coisas.

Precisam sempre de novidades a fim de que não caiam na monotonia. Assim, seus relacionamentos não são duradouros, (Máx 1 anos) eles não param em um emprego fixo, seus objetivos perdem a graça muito fácil, seus gostos são instáveis etc. Psicopatas geralmente podem começar um determinado projeto de forma empolgada e excitante, contudo, não conseguem terminá-lo porque de repente parecem ter enjoado. Também pode acontecer que anseiam em excesso por algo, todavia, quando conseguem, não querem mais. Portanto, para eles, a empolgação para as coisas da vida têm uma duração muito curta. Logo, se são pessoas que não toleram tédio e rotina, consequentemente também são intoleráveis às regras e normas.

Egoísmo e egocentrismo

Como psicopatas são seres incapazes de sentir sentimentos calorosos por outros seres humanos - tais como o amor, altruísmo, generosidade, humildade e pena - eles não conseguem amar outras pessoas; não ao menos da mesma forma que a maioria das pessoas consegue. Na realidade, nos psicopatas o que predomina é um grande sentimento de posse e utilização do próximo aos seus interesses. Apesar do ciúme e possessividade andarem lado a lado, o ciúme geralmente é normal e - até certo ponto - necessário numa relação, mas o ciúme doentio é fruto de uma baixa auto estima e insegurança. Do outro lado, a possessividade - diferente do ciúme doentio visto como sinal de insegurança - é um sentimento egoísta e que geralmente não está relacionado a uma insegurança e sim a uma personalidade egoísta que não sabe diferenciar objeto de pessoa, tratando, assim, pessoas como meros objetos criados para atender aos seus interesses, pois enquanto o ciúme pode ser visto como um sentimento para com pessoas; a possessividade está muito mais relacionada a objetos, "ter apenas para si tal objeto" por puro egoísmo. É por isso que no psicopata o que predomina é a possessividade. Como eles são exímios egocêntricos e não sentem nada, eles não têm a insegurança típica de quem ama, mas sim um sentimento de posse, na qual a outra pessoa é vista como um objeto que é apenas dele e não deve ser dividido de forma alguma. Às vezes, quando eles demonstram afeto por alguém, ou é pura dissimulação ou um grande sentimento de possessividade por tal pessoa, o que faz frequentemente, a princípio, acreditarem que estão apaixonados, quando na verdade, não sentem nada mais que posse por tal pessoa. Sentimentos de amor seguem a mesma linha. Veneram e expressam sentimentos de amor quando o questionamento da ausência desse tipo de sentimento implica prejuízo aos seus interesses. Além disso, tendem sempre a inventar desculpas de sua possessividade (por ex, "é porque eu te amo", "tenho medo de perdê-lo (a)" ou ainda "é porque tenho ciúme de você"). O egoísmo desses indivíduos é tanto que por mais possessivos que sejam, não aceitam esta regra aplicada para o outro. Por exemplo, eles podem ser possessivos com os outros, mas os outros não podem ser com eles.

Como o antissocial é egoísta e ausente de sentimentos bons para com outros, eles frequentemente também exibem possessividade não somente num relacionamento íntimo, mas também em todos aspectos de sua vida. Eles tratam como meros objetos seus familiares, seu cônjuge, seus amigos, seus pertences. Não toleram serem ignorados e, se todos são tratados como objetos, portanto, a possessividade também estará presente. "Dividir" e "generosidade" são vocábulos inexistentes na personalidade dos psicopatas. Não suportam "dividir" nada nem ninguém. Seus amigos não podem ser amigos de mais ninguém, a não ser dele; seus pertences não são de ninguém, só deles; o dinheiro é apenas dele e não será dividido com mais ninguém; a atenção e admiração não será de ninguém, apenas deles. De forma geral é dessa forma que a vida de um psicopata é baseada, porém, quando demonstram o contrário: generosidade, não passa de mera falsidade. Eles geralmente demonstram comportamento contrário ao egoísmo (por ex, o psicopata que resolve emprestar dinheiro para um familiar necessitado) para disfarçarem socialmente ou conseguirem algo com isto.

Essa possessividade geralmente gera no psicopata um outro sentimento: a inveja. Por isso, são frequentes invejosos embora possam não demonstrar isso claramente. Pelo contrário, são eles que se fazem de genuínos, que não invejam nada nem ninguém, ou que apenas sentem uma "inveja boa". Enquanto isso, desejam mal às outras pessoas que conquistaram algum determinado ideal pela qual o psicopata também anseia; e às escondidas articulam planos para arruinar tais conquistas. Isso porque querem tudo apenas para si e se veem como donos do universo; o mundo é visto, por eles, como ao redor de seu próprio umbigo (egocentrismo exacerbado).


Para psicopatas, eles são quem merecem uma conquista e não os outros; os outros são sempre os que recebem mais e eles não recebem nada (por ex, um psicopata ao ver que um colega de trabalho recebeu uma oferta especial no emprego, ele tende a pensar que é ele que merece essa proposta e não seu colega). Por isso, são os reis de estratégias que visam conseguir a qualquer custo o que querem, mesmo que isto acarrete em prejuízos para outras pessoas.

Incorrigibilidade e ausência de remorso

Uma característica notavelmente exclusiva nos psicopatas é a capacidade de resistir a punições e castigos. Psicopata não aprende com os erros, pelo contrário, vai continuar cometendo os mesmos erros, ferindo ou não outras pessoas. Desde criança, por exemplo, esses indivíduos demonstram inflexibilidade e teimosia no comportamento após punições dos pais; eles não são afetados ou mudam seu comportamento com os castigos, continuam a agir da mesma forma sempre. Quando castigado, o psicopata tende a repensar modos de agir novamente o mesmo comportamento, mas o faz para adaptar suas estratégias e evitar ser punido novamente. A frase comumente ouvida "com a vida você vai aprender…" raramente funciona com um psicopata. Mesmo se isso ocorrer, com certeza ele irá mudar de comportamento apenas porque tal acarretou em prejuízos para si próprio, não levando em conta o prejuízo causado a outras pessoas.

Obviamente, são indivíduos notavelmente hábeis e sem remorsos e sentimentos de culpa. Podem sentir remorso ou culpa por algo que fizeram - mas dura pouco. Os psicopatas com um grau mais leve podem até terem algum nível de tais emoções, entretanto, isso não é o suficiente para que pausem seus impulsos de suas ações. Remorso é emoção que, via de regra, vem do cérebro, assim como todos os sentimentos e pensamentos. Quando o cérebro está condicionado a um comportamento ou com algum tipo de prejuízo nessas áreas emocionais, a capacidade de sentir emoções também fica prejudicada. Nos psicopatas, o remorso e compaixão - que são essenciais para a cooperação nas relações entre os seres humanos - estão quase ou totalmente ausentes, assim como os sentimentos de ternura, pena e sensibilidade.

Psicopatia feminina

A maioria das mulheres tende a apresentar um grau leve ou moderado da psicopatia, sendo que mulheres psicopatas com um alto grau da doença são raras. Porém, existem e são as denominadas serial killers, tais como grandes assassinas da história mundial, como Elizabeth Bathory, Aileen Wuornos e Marie Noe.


As psicopatas com um nível moderado a grave de psicopatia podem, no início da adolescência, ter um acentuado crescimento dos sintomas do distúrbio nessa fase, além de sintomas como um humor deprimido e irritadiço, abusar do álcool e/ou drogas, obter comportamentos autodestrutivos como auto mutilação, tentativas de suicídio fracassadas, abusos de medicamentos, ambiente familiar conturbado, instabilidade emocional e, não raro, aparecimento de sintomas histéricos (conversivos). Aliás, é muito mais frequente nas mulheres psicopatas ocorrer a psicopatia juntamente com características conversivas, como por exemplo, paralisias, dores de cabeça constantes, náuseas, vômitos, afonia, dores constantes pelo corpo sem motivos plausíveis etc. o que mostra que essas mulheres além da psicopatia, possuem traços histéricos em sua personalidade, o que as faz reprimir seus problemas psicológicos e transformando-os em problema físico.

Na melhor das hipóteses, as mulheres psicopatas geralmente foram crianças introvertidas e tinham um profundo sentimento de isolamento. Embora não seja regra, a maioria das mulheres psicopatas possuem um histórico cuja infância foi permeada por algum tipo de conflito familiar (abusos, negligência, divórcio dos pais, alcoolismo parental, etc.), além de constantes conturbações escolares, tal como deboches por coleguinhas de escola, seja pela timidez ou por apresentarem algum tipo de transtorno de conduta: ao tempo que foram crianças que sofriam deboches, entretanto, também cometiam algum tipo de crueldade - embora nem sempre os adultos conseguissem perceber, pois, via de regra, psicopatas desde tenra idade manipulam todos ao redor de forma que raramente são descobertos.


Mulheres psicopatas não gostam de ser contrariadas e, assim como os homens sociopatas, elas podem demonstrar frieza, agressividade ou insensibilidade sem que isso acarrete em culpa, arrependimento ou remorso. Elas têm necessidade em demonstrar grande poder, destaque social, ou controle sob certas pessoas ou situações. São controladoras, persuasivas, influenciadoras, promíscuas e muito sedutoras. Elas podem exibir além de um comportamento sedutor, comportamentos sexuais perversos, tais como sadomasoquismo, e outros fetiches perversos. Normalmente tem um histórico de relacionamentos breves, que duram pouco, numerosos casos superficiais ou então mantém vários casos com relativa longevidade ao mesmo tempo. Elas são mulheres infiéis, que facilmente traem o cônjuge diante de oportunidades que possam atender seus interesses como, por exemplo, relacionar-se com chefes de trabalho.

É muito comum estabelecerem relacionamentos estáveis apenas por puro interesse material, tais como homens que lhes proporcionem algum nível de infraestrutura sócio-econômica que possa servir aos seus objetivos particulares. Para a psicopata, o sexo, a sedução e a orientação sexual são apenas mais uma moeda de troca como forma demanipulação, um de seus melhores utensílios para atingir seus desejos, pois obtém prazer de todas as maneiras que lhe convém.

Nas mulheres com traços psicopáticos, parece haver predominância de sintomas do subtipo de psicopatia denominado por Millon de "psicopata dissimulado". Segundo Millon, tais psicopatas possuem características de falta de confiança nos outros, impulsividade, simpatia superficial e sociabilidade para com os outros mas constante mau humor, agressividade e ressentimento para com a família e pessoas próximas. Esse tipo de psicopatia pode ser relativamente parecido como uma mistura do transtorno de personalidade borderline e o transtorno de personalidade histriônica. São pessoas que aparentam tendências a chamar atenção para si e com um comportamento significantemente sedutor ou sensual. Neste caso, essas psicopatas são socialmente sedutoras mas ocultam por trás da sedução e sociabilidade um péssimo comportamento com pessoas mais próximas. A busca pela excitação, aventura e estímulo é invariavelmente alto, com tendências a sentir-se facilmente entediada, com grande intolerância à monotonia, regras e rotina. Exatamente por isso, essas pessoas costumam exibir entusiasmo de curta duração pelas coisas da vida, tais como relacionamentos, empregos, objetivos e gostos. Elas se entediam e enjoam facilmente das coisas, começam um projeto mas nunca terminam. Pessoas assim têm comportamentos imaturos de contínua busca de sensações e perigo, e fazem de tudo o que for necessário nas suas relações para conseguirem o que querem dos outros. Tendem a elaborar situações fantasiosas que não acontecem na realidade para tentar obter alguma informação útil. São incapazes de demonstrar gratidão e quando fazem serve apenas como meio para evitar julgamentos sociais. Quando não conseguem o que querem ou são contrariadas ou pressionadas, podem balancear entre uma explosão agressiva ou uma vingança calculista.

De modo geral, as mulheres psicopatas apresentam praticamente os mesmos sintomas do homem psicopata, entretanto, praticam suas crueldades de forma menos violenta que o homem, o que faz com que raramente sejam descobertas.

Psicopatia x Sociopatia

Existem infinitas dúvidas referente às diferenças entre o termo "psicopatia" e "sociopatia". O fato é que, atualmente, ambos termos se referem ao indivíduo com transtorno de personalidade antissocial. Para alguns especialistas, como Robert Hare, a diferença entre a psicopatia e a sociopatia consiste basicamente na origem do transtorno. Assim como sociólogos, especialistas de crimes e alguns psicólogos acreditam que o distúrbio, quando originado a partir do próprio meio social, é denominado como sociopatia. Por exemplo, aquele indivíduo que "aprendeu" a cometer atitudes antissociais no próprio meio em que vivia, tal como um ambiente com baixo nível socioeconômico e pais violentos. Já o psicopata consiste na combinação de fatores como biológicos, genéticos e socioambiental. Por exemplo, o indivíduo que aparentemente "nasce" psicopata, independente de ter vivido num ambiente com baixo nível socioeconômico.

Para outros especialistas, a psicopatia e a sociopatia são duas manifestações diferentes do transtorno de personalidade antissocial. Tais raciocínios acreditam que os psicopatas nascem com características básicas como impulsividade e ausência de medo, o que faz com que busquem condutas de riscos e perigo, terminando muitas vezes em atitudes antissociais, uma vez que são incapazes de se estabelecerem corretamente nas normas sociais. Já o sociopata, nesta visão, apresenta um temperamento um pouco mais "normal" que os psicopatas.


Em suma, referente ao termo, essas duas variantes da personalidade antissocial tem como causa uma interação variada entre fatores genéticos/biológicos e fatores ambientais, mas a psicopatia tende para fatores genéticos, enquanto que a sociopatia, para o lado socioambiental.

Teoria

Segundo a teoria pela qual uma pessoa psicopata é uma pessoa perversa, supõe-se que nesta classe de doença, o doente é um sujeito que se mantém a par da realidade, mas que carece de Superego. Isto faz com que a pessoa psicopata possa cometer atos criminosos sem sentir culpa.

A noção, cada vez mais reforçada de que as personalidades psicopatas são quase-psicóticas, enquadra-as dentro das estruturas de personalidades borderline (importante ressaltar que a estrutura borderline é diferente do transtorno de personalidade borderline). Não obstante, as pessoas psicopatas têm condutas criminais sem nenhum sentimento de culpa, mantendo plena consciência dos seus crimes ou das suas intenções criminais.

A natureza do superego, enquanto introjeção das regras sociais e as formas de conduta que são apreendidas e interiorizadas pelos indivíduos no processo de socialização tem sido revisto a partir de várias concepções psicossociais em especial as noções de self de Mead e as concepções de desvio - outsiders de Goffman e Parker as denominadas teorias sociológicas da psicologia social
Assassino em série (serial killer)

Uma personalidade psicopata não se restringe ao assassino em série. Um psicopata pode ser uma pessoa simpática e de expressões sensatas que, não obstante, não vacila ao cometer um crime quando lhe convém e, tal como explicado acima, fá-lo-á sem sentir culpa pela sua ação.

O contexto social em que é interpretado o ato agressivo forma o criminoso ou o justiceiro social, o policial autorizado a cometer crimes (soldado mandado). Contudo na agressividade psicopatológica dos denominados sociopatas há sempre de se identificar as pulsões sádicas que caracterizam o instinto de morte da espécie humana.

Apesar do ainda controverso tema da existência do instinto agressivo em nossa espécie, pelo menos entre as teorias psicanalíticas não há dúvidas sobre a natureza da compulsão à repetição e características sádicas de suas manifestações descritas por Freud no célebre ensaio: Além do princípio do prazer, 1921.

Tipos de assassinos - Organizados e Desorganizados 

Há dois tipos de assassinos em série, organizados e desorganizados.

A maioria dos assassinos são organizados, são muito difíceis de serem descobertos, e planejam com antecedência o local do crime, diferentemente do desorganizado, que muitas vezes age por raiva, e muitas vezes possuem doenças mentais. Existem assassinos que possuem características tanto dos organizados, quanto dos organizados.

Características dos Assassinos Organizados 
  • Costumam não deixar rastros, e se deixam, são pistas falsas
  • Inventam e conseguem comprovar álibis falsos
  • Planejam o crime com antecedência
  • Arrumam todo o lugar, sem pressa ou preocupação
  • Costumam levar com eles instrumentos de tortura
  • Conversa antes com a vítima, fazendo-a assim, cair em seu plano
  • Geralmente são abusados na infância fisicamente e sexualmente
  • Aparentam ser normal, até mesmo, bem agradável
  • Tem uma estrutura familiar aparentemente
  • São inteligentes e possuem grande apreço por estudos
  • Preferem o estupro ao invés de sadismo
  • Inteligencia acima da média
Características dos Assassinos Desorganizados
  • Não se preocupam em deixar pistas ou retirar o corpo do local
  • Não estupram antes de matar, geralmente, preferem o sadismo
  • Não costumam ter contato com a vítima antes do assassinato
  • Geralmente usam qualquer utensílio que estiver em sua disposição
  • São aptos a necrofilia, canibalismo e mutilação
  • São considerados inadequados perante a sociedade
  • Inteligencia abaixo da média
  • Mora/trabalha em lugares próximos do crime cometido
  • Não saem da cidade após o assassinato
  • Ficam nervosos durante o executamento


Tratamento

As formas mais comuns de medicamentos utilizados em pacientes de transtornos de personalidade são os neurolépticos, antidepressivos, lítio, benzodiazepínicos, anticonvulsivantes e psicoestimulantes. Porém tratamentos medicamentosos revelaram ser ineficazes no tratamento de psicopatia, porém poucos estudos foram realizados adequadamente  . Mesmo com poucos testes, sais de lítio são usados frequentemente no tratamento de pacientes psicopatas, pois podem levar a uma redução nos comportamentos impulsivos, explosivos e na instabilidade emocional. Seus principais efeitos colaterais são sedação, tremores e problemas motores.

Há indicativos de que a terapia cognitivo-comportamental possa ser um método eficaz no tratamento de transtornos de personalidade antissocial. A American Psychiatric Association considera a terapia analítico-comportamental como o tratamento de regulação afetiva mais eficaz e empiricamente suportado para transtornos de personalidade.

Psicoterapias com pacientes com personalidade violenta em liberdade condicional reduziram os índices de reincidência para 20 e 33% comparado com 40 a 52% dos grupos controles. Os autores concluem que a personalidade dos pacientes não mudou, porém eles aprenderam a controlar melhor seus impulsos e pensarem mais nas consequências de seus atos.

Características resumidas e curiosidades

Psicopatia é sinônimo de antissocial, de pessoas que não seguem as leis e nem as regras ditadas pela sociedade e, através de seus atos, provocam danos à mesma;

  • Para cada 25 pessoas, 1 ao menos exibe traços psicopáticos, mas a amostragem é imprecisa;
  •  Podem ter uma autoestima ou visão de si próprios elevada;
  • Frequentemente são pessoas autossuficientes e vaidosas;
  • Muitas vezes exibem um encanto superficial, são sedutoras e conquistam facilmente as outras pessoas;
  • Frequentemente são bastante volúveis e inconstantes;
  • Não possuem empatia, tendem a ser insensíveis, cínicas e a desprezar os sentimentos e direitos alheios;
  • Possuem dificuldade em manter relacionamentos duradouros, embora consigam estabelecer um novo facilmente;
  • Mentem frequentemente de forma tão realista que raramente outras pessoas descobrem ou desconfiam;
  • É comum a necessidade de ter autoridade: são pessoas que necessitam estar sempre no comando ou poder, detestam serem comandados ou submissos;
  • Frequentemente possuem tendências sadomasoquistas;
  • São extremamente manipuladoras, manipulam pessoas, ambientes, fatos e circunstâncias a seu favor;
  • Não possuem sentimentos de culpa ou arrependimento;
  • Geralmente são pessoas frias, raramente demonstram algum tipo de afetividade e quando demonstram, costumam ser superficiais;
  • Podem ser inconstantes, detestar rotina e monotonia e enjoar fácil de tudo;
  • Não possuem empatia: não entendem o que é estar no lugar do outro;
  • São excessivamente racionais e calculistas, tem dificuldade em pensar emocionalmente e age mais racionalmente acreditando agir por suas emoções;
  • Geralmente céticas ou desconfiadas em demasia, e por isso mais persuasivas;
  • Frequentemente irresponsáveis: tendem a jogar a culpa sempre nos outros, não se responsabilizando pelas próprias condutas, tendo mania de perseguição e arranjando sempre algo ou alguém como culpado;
  • Possuem necessidade de estimulação constante, assim como sensibilidade ao tédio e um vazio existencial;
  • Falta de metas a longo prazo ou mudanças constantes de metas;
  • São impulsivas em relação à agressividade, violência e impulsos sádicos;
  • Tendem a ser infiéis e seus relacionamentos íntimos geralmente não são duradouros;
  • Podem possuir vida dupla: socialmente sendo pessoas exemplares, mas com pessoas no convívio intimo se mostrarem totalmente diferentes;
  • Costumam ser irritadiças e podem atacar fisicamente por impulso num momento de raiva;
  • Quase sempre dão mais valor ao material do que ao sentimental e sempre dizem o oposto, inclusive podem ser oportunistas obcecadas por melhores condições de vida;
  • Bastante críticas em relação à moralidade e à ética. Para elas, "regras foram feitas para serem quebradas" e "os fins justificam os meios";
  • Possuem mudanças súbitas de temperamento;
  • Frequentemente, psicopatas se dão bem em entrevistas de empregos, manipulam as pessoas e conquistam a confiança de todos facilmente no ambiente de trabalho;
  • Geralmente acham que estão certas e que seu estilo de vida é o mais correto e adequado.
  • Em casos graves podem não reagir com aversão a comportamentos condenados socialmente, como homicídios, por exemplo.
  • Quando colocadas sob pressão, como por exemplo, a morte de algum parente, choram por sentir a perda do auxilio que a pessoa lhe prestou e poderia prestar;
  • Frieza emocional (sadismo), capacidade de fingir extremamente bem, vontade de enganar as pessoas e ausência de remorso. É a receita ideal para um assassinato cometido por um psicopata;
  • Expressa pouco ou nenhum amor, afetividade, carinho etc. É capaz de grandes e admiráveis declarações, mas tem como hábito não dar atenção a filhos, pais, parentes, cônjuge ou amantes.
  • Geralmente são pessoas com sorrisos fáceis, amáveis quando lhe convêm e absolutamente frias quando julgam necessário;
  • A frieza ao agir faz com que as pessoas psicopatas provavelmente não se arrependam dos erros que cometem, assim as pessoas podem desenvolver gosto pela sensação de perigo. Acredita-se que o distúrbio que estimula o comportamento sádico do psicopata resulte de um desvio neurológico, capaz de induzir principalmente ao homicídio;
  • Pode utilizar-se da sedução para conseguir o que quer dos outros;
  • Sua capacidade de parecer uma pessoa boazinha, educada e inofensiva costuma ser bastante convincente. É comum que os outros não desconfiem de se tratar de um (a) psicopata.

Os psicopatas e o poder

Pelo fato de gostarem da sensação de poder, serem muito persuasivos e não medirem esforços para atingir seus objetivos, as pessoas psicopatas ascendem muito rápido em suas profissões; por isso é comum que esses indivíduos ocupem importantes cargos ligados a mídia, televisão, música ou política.


Por não sentirem remorso, nem compaixão, os indivíduos com personalidade antissocial não se importam se seus atos irão prejudicar um determinado grupo de pessoas ou até mesmo uma nação.
Código Penal

Do ponto de vista penal existe o dilema, amplamente discutido, sobre se uma personalidade doente é imputável, especialmente se é de origem psicótica. Mesmo que se trate de uma personalidade doente (exemplos: pessoas sádicas, violadoras, etc.) há tendência para sustentar que há uma punição correspondente, dado que, mesmo doente, a pessoa mantém consciência dos seus atos e pode evitar cometê-los.

O direito penal usa como formas de classificar a capacidade mental do agente: entendimento por parte do agente se o ato que ele cometeu é ilegal e se mesmo sabendo que é ilegal, consegue se autodeterminar, ou seja, consegue não cometer o ato.

Os psicopatas, no entanto, muitas vezes conseguem entender que seus atos são errados, porém não conseguem se autodeterminar com relação ao seu entendimento, ocasionando com isso os crimes bárbaros, podendo os psicopatas tornarem-se assassinos em série.