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Zoológico Humano

Ao longo da história, cerca de um bilhão de pessoas assistiram a espetáculos exóticos envolvendo seres humanos, de acordo com pesquisadores. Por mais que você tenha dificuldade de acreditar, saiba que é verdade: durante o século XIX e até meados do século XX, existiam verdadeiros zoológicos humanos. O último evento desse tipo foi realizado não muito tempo atrás: em 1958, na cidade de Bruxelas.



Um dos maiores exemplos verdadeiramente toscos desses eventos, que na época eram considerados normais, é o “Jardin d’Agronomie Tropicale” realizado em Paris. O Jardin d’Agronomie Tropicale fazia exposições que replicavam territórios franceses na África e Ásia, como Madagascar, Congo, Indochina, Tunísia, Sudão e Marrocos. Pessoas retiradas à força desses mesmos territórios eram expostas para tornar as representações do evento ainda mais reais.


No entanto, esse tipo de “espetáculo” não se limitava apenas à cidade de Paris ou a “exposições”; pessoas foram expostas em circos, zoológicos (dividindo espaços com bichos) e em feiras por séculos. Nesse período, se desenvolveram noções sobre a raça e o conceito de hierarquia racial, com teses de que os africanos seriam o elo que faltava entre o macaco e os homens brancos ocidentais, ou o “homem normal”, como consideravam os cientistas na época.


Índios brasileiros também serviram como “atrações” em eventos do tipo. O mais marcante deles aconteceu muito antes, no ano de 1550, no qual alguns índios tupinambás “desfilaram” para o rei Henrique II na França. Londres também foi anfitriã de uma exposição de índios brasileiros Botocudos em 1817; a Inglaterra foi considerada na época a “capital dos espetáculos étnicos”, seguida pelos Estados Unidos, a Alemanha e a França. Além de índios, aborígenes e outros povos, as cortes também se interessavam em ver pessoas com deformações físicas.


Nosso conhecimento dos zoológicos humanos serve como um alerta e nos dá maior clareza para entender os pensamentos e valores racistas ainda existentes nos tempos atuais. Talvez seja difícil de acreditar, mas o bisavô do ex-jogador de futebol Christian Karembeu foi exibido como “canibal” em uma jaula em um desses zoológicos.



Entre 1890 e 1940, esses “espetáculos” fizeram sucesso ainda mais estrondoso na Europa, e isso é explicado, talvez, pelos valores nacionalistas, supremacistas e fascistas que afloravam na época. Depois disso, os “shows étnicos”, como eram chamados, passaram a deixar de existir, seja por conta da falta de interesse do público, ou a evolução do pensamento do mesmo.





Fonte: Macaco Velho

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Muito doentio. Mas as pessoas pobres não tem lá muita escolha... elas se veem obrigadas a isso em troca de um prato de comida, especialmte na África onde há uma miséria hiper-concentrada que assola a maior parcela da sociedade

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