Caso Marcos Kitano ou caso Yoki se refere ao homicídio do empresário brasileiro Marcos Kitano Matsunaga, que ocorreu em19 de maio de 2012, quando o então CEO da empresa alimentícia Yoki tinha 42 anos de idade. O crime foi cometido por sua esposa,
Elize Araújo Kitano Matsunaga, quando tinha 30 anos, que confessou tê-lo
assassinado com um tiro na cabeça de pistola .380 e esquartejado o seu corpo. A motivação do crime
teria sido, segundo ela, a descoberta de uma relação extraconjugal de seu
marido. Segundo Elize, somente ela teria sido responsável pelo crime,
descartando a participação de outra pessoa. O caso está atualmente em
julgamento. Elize será indiciada por homicídio qualificado, previsto no artigo
121 do Código
Penal brasileiro.
O
CRIME
Após
prestar depoimento de aproximadamente oito horas de Elize, a polícia
especializada em homicídios fez a reconstituição do crime no dia 6 de junho de 2012.
Elize foi levada até o edifício em que o crime ocorreu e onde ela morava com a
filha e o marido, onde auxiliou os peritos a refazer as ações que tivera na
noite de 20 de maio. As imagens de câmeras de segurança existentes no edifício
ajudaram a polícia a desvendar o crime. O casal chegou ao prédio no sábado dia
19 às 18h30min acompanhado da filha do casal, então com um ano de idade, e da
babá. A babá é dispensada instantes depois. Uma hora depois, por volta das
19h30min, o CEO da Yoki desce até o térreo para buscar uma pizza, ele aparece
nas imagens falando ao celular. Segundo a polícia, Marcos Kitano estava falando
com o seu pai. Essas são as últimas imagens do empresário vivo. No outro dia, domingo
20, às 5h00min, outra babá chega ao prédio. Elize desce por volta das 11h30min
levando três mochilas, segundo Eliza, ali estaria o corpo do marido
esquartejado. A mulher do executivo volta cerca de 12 horas depois, dessa vez,
sem as mochilas. Análises no apartamento mostraram que
Marcos Kitano foi morto com um tiro na cabeça de uma pistola .380 e que seu
corpo foi arrastado, dentro do apartamento, por 15 metros. Trinta armas foram
apreendidas no apartamento, segundo Elize, a utilizada no crime fora dada como
presente a ela pelo marido. Ela o esquartejou utilizando uma faca de 30cm no
quarto da empregada cerca de 12 horas depois do homicídio, o que explica a
falta de sangue.
Elize carregando o corpo mutilado do marido |
Durante
o trajeto para abandonar o corpo, a mulher foi parada pela Polícia Rodoviária
Federal por estar com a documentação irregular. O corpo de Marcos se encontrava
dentro das mochilas, que estavam no porta-malas do carro e não foram revistadas
pelos agentes. Elize se encontrava na região de Capão Bonito, São Paulo, quando foi multada,
ela seguia em direção ao Paraná, porém, mudou de trajetória voltando em
direção a São Paulo. O
corpo de Kitano foi encontrado dentro de sacos plásticos em Cotia, na Grande São Paulo.
Com informações da operadora de celular de Elize, foi possível saber que ela
esteve no mesmo lugar horas antes, fazendo um percurso de 40km para abandonar o
corpo.
ELIZE MATSUNAGA
A
autora confessa do crime, Elize Araújo Kitano Matsunaga, nasceu no dia 29 de novembro de 1981 em uma família pobre na cidade de Chopinzinho, no interior do Paraná com pouco mais de 20 mil habitantes. Criada pela mãe
solteira empregada doméstica, passou a infância na cidade e estudou em colégios
públicos, onde era tida como boa aluna e não teve problemas de comportamento.
Aos 18 anos, Elize se muda para Curitiba, a
400 quilômetros da sua cidade natal, onde vai fazer um curso técnico de enfermagem e passa a trabalhar em
um hospital. Pouco tempo depois, se mudou para São
Paulo, onde tornou-se uma prostituta, oferencendo seus serviços por um site de relacionamentos.
Foi dessa forma que Elize conheceu Marcos Kitano, enquanto ele ainda era casado.
MARCOS
KITANO MATSUNAGA
Marcos
Kitano, a vítima do crime, nasceu na cidade de São Paulo e passou sua infância
no bairro de Parque Continental.
Estudou nos melhores colégios da região, concluindo seus estudos normais em
1988 no colégio Santa Cruz, depois disso, Marcos foi estudar Administração na FGV. Sua família, que
é herdeira da empresa alimentícia Yoki, fundada pelo avô
de Marcos na década de 1960, passou para Marcos o controle da empresa depois de terminar
os estudos. Alguns anos depois disso, e já casado, ele conhece Elize por um
site de relacionamentos.
O RELACIONAMENTO DO CASAL
Marcos
conheceu Elize em 2004 por um site de relacionamentos em que ela se oferecia
como prostituta, teria chamado a atenção do CEO da Yoki que, mesmo sendo
casado, manteve encontros com a mulher. Elize viveu como amante do executivo
por três anos, sem que a mulher de Marcos desconfiasse do caso. Ele resolveu se
separar da sua esposa para se casar com Elize em outubro de 2009. A festa de
casamento de Marcos e Elize teve cerca de 300 convidados e aconteceu no civil e no religioso, na Igreja Anglicana. Segundo depoimentos de famíliares e conhecidos aos
investigadores, o casal tinha empatia e que não tiveram brigas até meados de
2010. O relacionamento passou a ficar conturbado quando Elize desconfiou estar
sendo traída por Marcos. Segundo ex-funcionários do apartamento, desde esse
período as brigas entre o casal se tornaram constantes. Em um dos relatos, um
empregado disse que Elize obrigou Marcos a demitir uma secretária depois de
desconfiar que ambos estariam tendo um caso. Tempos depois, Elize encontrou
mensagens trocadas entre Marcos e uma outra mulher que tornaram mais fortes as
suas desconfianças para com o marido. No final de 2010, Elize engravidou e
depois do nascimento da filha do casal, as brigas foram amenizadas. A mulher
voltara a desconfiar da fidelidade do marido nos últimos meses antes do crime,
quando reclamava da apatia de Marcos e da falta de relacionamento entre os dois.
Em
maio de 2012, Elize resolveu contratar um detetive particular para descobrir se
Marcos a estava traindo. Viajou para sua cidade natal no Paraná enquanto
recebia as informações do detetive. Na mesma noite em que partita, no dia 17 de
maio de 2012, Marcos encontrou-se com sua amante no hotel Mercure da Vila
Olímpia, em São Paulo, os dois teriam ido jantar juntos no restaurante Alucci
Alucci e em seguida retornado ao hotel. O detetive fez imagens das cenas e as
enviou para Elize, que voltou para São Paulo no dia 19 de maio, quando cometeu
o crime. Nas semanas que
seguiram o assassinato, houve uma verdadeira troca de espionagem, Marcos
acusava a esposa de ter voltado a se prostituir e manter um outro amante com
seu dinheiro, após descobrir fotos falsas que ela usava em outro site de
acompanhantes, onde Elize se passava por Juliana ou Marielly.
A
FILHA DO CASAL
Quando
do ocorrido, a filha do casal Matsunaga tinha um ano de idade. Provisoriamente,
a criança ficou sob a tutela da tia de Elize. Segundo as duas
famílias, uma disputa judicial pela guarda da filha, órfã de pai e com a mãe
detida, está descartada. A família de Elize disse por meio de seu advogado, que
não pretende pedir a guarda da criança. O representante da família do
executivo, Matsunaga, também disse considerar desnecessária a disputa. Segundo
as duas famílias, houve concordância de que a criança estaria bem assistida com
a tia de Elize.
INVESTIGAÇÃO
O corpo
de Marcos Kitano foi jogado na beira de uma rodovia em Cotia, próximo a São Paulo, no mesmo dia do
crime, 20 de maio de 2012. As primeiras notícias sobre a descoberta do corpo
vieram em 23 de maio de 2012 e a partir de 4 de junho de 2012, portanto 15 dias
após o crime, quando se deu a identificação do corpo, o caso começou a ter
destaque na imprensa brasileira, que dava notícias sobre a evolução das
investigações sob os títulos de "caso Yoki", o mais usado, e
"caso Marcos Kitano".
23 de maio de 2012: são descobertos os
restos mortais de um "homem asiático" na beira de uma estrada em
Cotia. A primeira grande rede de televisão a noticiar o fato foi a Rede
Bandeirantes, destacando o caso como um "crime macabro".
1 de junho de 2012: policiais militares
da região começam a ser investigados pelo Departamento do Homicídios e Proteção
à Pessoa como suspeitos do crime. Nesse momento, ainda não havia a informação
de que o corpo era de Marcos Kitano.
4 de junho de 2012: o corpo é
identificado como sendo de Marcos Kitano, dado como desaparecido desde o dia do
crime. À
noite, depois de análises das imagens das câmeras de segurança do prédio em que
morava o CEO, deu-se como suspeita Elize Matsunaga, sendo detida sob prisão
temporária de cinco dias (posteriormente estendida como prisão preventiva). A
informação foi divulgada por Jorge Carrasco, diretor do DHPP. Tal prisão foi
motivada pelo fato de Marcos entrar no apartamento, porém não sair e de Elize
deixar o prédio com três malas. A
partir desse dia, o caso começou a ter ampla cobertura da mídia. O DHPP ainda
trabalhava com a hipótese de o CEO ter sido assassinado por policiais
militares, as investigações avançavam em sigilo. Elize
ficou detida na 97ª DP.
5 de
junho de 2012: o advogado da família do empresário, Luiz Flávio
Borges D’Urso, afirma acreditar que o crime foi praticado por mais de uma
pessoa, ele disse: "é pouco provável que uma única pessoa tenha realizado
todo a preparação, execução, o homicídio, o esquartejamento e a manutenção dos
pedaços". O delegado responsável pelo caso, Mauro Dias,
diz que a polícia agora foca-se na hipótese de crime passional. Segundo ele,
existiam evidências de uma traição por parte do empresário. No apartamento do casal, a polícia encontra
sacos plásticos iguais aos que estavam o corpo de Marcos, também é encontrada
uma grande quantidade de armas, sendo uma do mesmo calibre que matou o
empresário, uma calibre .380. Elize é transferida da 97ª DP até a cadeia de
Itapevi, na grande São Paulo.
6 de junho de 2012: Elize presta
depoimento ao DHPP e confessa o crime. A
mulher, que até então, tinha negado qualquer envolvimento com o assassinato,
deu detalhes de como cometeu o crime. Apesar de não ter citado nenhuma outra
pessoa, a polícia ainda suspeitava da participação de alguém para ajudá-la a
esquartejar e abandonar o corpo. Elize
contou à polícia que o assassinato ocorreu depois de uma briga que ambos
tiveram causada por uma traição de Marcos. Ela disse que atirou na cabeça do
marido e deixou o seu corpo num quarto da casa por dez horas para, então,
esquartejá-lo quando já estivesse em situação cadavérica e
portanto, com o sangue coagulado.
Ela disse que o levou para o banheiro da empregada, cortou os membros
inferiores, superiores e o decapitou com uma faca de 30cm que estava na
cozinha. A
polícia encontrou as provas da traição de Marcos, fotos e vídeos que o detetive
contratado por Elize tinha feito. Começou
a ser feita, no final da noite, a reconstituição do crime para comprovar a
versão de Elize.
7 de junho de 2012: peritos concluem a
reconstituição do crime e confirmam a versão de Elize sobre como matou o CEO e
o esquartejou. A reconstituição foi acompanhada pela mulher e durou
aproximadamente seis horas. A
Secretaria de Segurança Pública solicitou a prorrogação da prisão temporária de
Elize. Após
ouvir o depoimento da babá que foi ao apartamento quando o empresário já estava
morto, o delegado responsável pelo caso afirmou que o caso estava
"praticamente encerrado"
8 de
junho de 2012: a filha do casal fica sob a guarda de uma tia de
Elize. A família de Marcos Kitano diz que não pretende entrar na justiça para
disputar a guarda da filha do casal, que à época, tinha apenas um ano de idade. A Polícia Rodoviária Federal disse ter parado
Elize na rodovia SP-127 e a multado por estar com o licenciamento do
veículo vencido há quase um mês. Segundo a PRF, o carro não foi revistado
porque tratava-se de uma abordagem administrativa. O Jornal
Nacional noticiou que Elize
seguia rumo ao estado do Paraná, mas que desistiu da viagem após ser abordada e
voltou em direção a São Paulo, deixando o corpo do empresário numa estrada em
Cotia. A defesa de Elize disse que o crime não foi
premeditado e que a mulher temia perder a guarda da filha. O advogado de Elize,
Luciano de Freitas, disse que considera a prisão de Elize até o julgamento
desnecessária, ele disse: "se ela quisesse ter fugido, ela teria fugido
nesses quinze dias"
PRISÃO
Quando
do ocorrido, a filha do casal Matsunaga tinha um ano de idade. Provisoriamente,
a criança ficou sob a tutela da tia de Elize. Segundo as duas
famílias, uma disputa judicial pela guarda da filha, órfã de pai e com a mãe
detida, está descartada. A família de Elize disse por meio de seu advogado, que
não pretende pedir a guarda da criança. O representante da família do
executivo, Matsunaga, também disse considerar desnecessária a disputa. Segundo
as duas famílias, houve concordância de que a criança estaria bem assistida com
a tia de Elize
Fonte: Wikipédia
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