As
epidemias abaixo surgiram e se espalharam em épocas de muita troca comercial,
grandes guerras ou de superpopulações em áreas de pequeno porte, com serviços
inadequados de higiene e saúde. Essas doenças causaram milhões de mortes e
provocaram mudanças no curso da história. Por muitos anos, acreditou-se que
eram castigos divinos ou presságios do fim do mundo. Conheça suas origens e
consequências.
1. O PERIGO DOS NOSSOS DIAS
A
expansão do ebola acelerou as pesquisas para conter seus efeitos devastadores.
Até o momento, esta doença infecciosa viral aguda deu fim à vida de mais de 4
mil pessoas, em 60 regiões diferentes do oeste africano. Diante disso, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou um estado de “emergência sanitária
internacional”. O vírus do ebola é transmitido pelo contato com o sangue,
secreções, órgãos e outros líquidos corporais de pessoas ou animais infectados.
Ele possui uma taxa de mortalidade próxima de 90% e, segundo a OMS, se originou
na África, após a manipulação de chimpanzés, gorilas, morcegos frugívoros,
antílopes e porcos-espinhos infectados. Atualmente, já foram registrados casos
na Espanha, nos EUA, e os cientistas correm contra o tempo para encontrar uma
cura definitiva.
2. POR CULPA DA GUERRA
A
primeira grande epidemia da qual se tem registro é “A peste da Guerra do
Peloponeso”, em 430 a.C. Os especialistas calculam que, como consequência, um
terço da população da Grécia Antiga tenha sido exterminada. Acredita-se que o
vírus tenha surgido na Etiópia e chegado através dos navios que vinham do porto
de Pireu, enquanto Atenas e Esparta se enfrentavam pelo controle do Mar
Mediterrâneo. Conhecida também como “A peste de Atenas”, essa foi, na realidade,
uma epidemia de febre tifoide provocada pela bactéria Salmonella tiph. Tudo o
que se sabe sobre esta doença é graças ao historiador Tucídides, que afirmou:
“Jamais se viu em parte alguma uma calamidade semelhante e um número tão grande
de vítimas. Os médicos nada podiam fazer, pois, a princípio, desconheciam a
natureza da doença. Além disso, foram os primeiros a ter contato com os
pacientes e eram os primeiros a morrer”.
3. A EPIDEMIA NASCIDA EM ROMA
Foi
conhecida como “A praga Antonina” e atingiu a capital do Império Romano entre
os anos 165 e 180, porém muitos especialistas a descrevem como um primeiro tipo
de varíola. O primeiro surto levou a vida do imperador Marco Aurélio e a de 5
mil pessoas em toda a cidade de Roma. No entanto, a varíola continuou afligindo
a humanidade ao longo da história e se calcula que tenha feito um total de 5
milhões de vítimas. Atualmente, esta doença foi totalmente erradicada graças a
uma campanha mundial de vacinação. Permanecem ativas apenas duas mostras do
vírus, armazenadas em laboratórios nos EUA e Rússia.
4. MUITAS MORTES E NENHUMA CURA
A
peste bubônica possui 1.500 anos de história e ainda não foi erradicada. O
primeiro surto aconteceu entre os anos 541 e 542, e ficou conhecido como “a
praga de Justiniano”. Depois de dizimar os habitantes da cidade de
Constantinopla, com um registro de 10 mil mortes por semana, a praga seguiu
avançando por outras cidades do Império Bizantino. Estima-se que, por
consequência dela, tenham morrido 200 milhões de pessoas em todo o mundo, e se
descobriu que ela era transmitida através das pulgas dos ratos infectados pelo
bacilo Yersin – os cientistas ainda trabalham para achar uma cura definitiva.
5. O CASTIGO DE DEUS
Embora
seja outro tipo de peste bubônica, a “Peste Negra” teve uma mortalidade maior
na história da humanidade, em comparação com as epidemias conhecidas até o
momento. Foi originada no século XIV e é lembrada pelas consequências
devastadoras na Europa, ao matar 60% da população durante seu surto.
Acredita-se que ela chegou através do comércio proveniente da Índia e se
espalhou rapidamente sem fazer distinção de classe social entre suas vítimas.
Em plena Idade Média, foi considerada pela população como “um castigo de Deus”.
Os estragos provocados por essa epidemia podiam ser vistos nas ruas da maioria
das cidades afetadas, nas quais cadáveres eram amontoados em pilhas até
acontecerem os “enterros massivos”, dos quais foram descobertos restos
arqueológicos em Londres, Praga e Marselha.
Fonte: History